Policia

“Fubá” pega 15 anos de prisão

Um forte esquema de segurança foi montado no julgamento de “Fubá”: ele também é acusado de tramar morte de juíza e advogado              (Fotos: Gizelle Ferreira)

IPATINGA – Adenício Santos França, o “Fubá”, de 38 anos, foi condenado nesta terça-feira (27) a 15 anos de prisão pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio, ocorridos há mais de sete anos. A sessão do júri presidida pelo juiz da 1º Vara Criminal Marcelo Gonçalves de Paula durou cerca de seis horas e contou com forte aparato de segurança com agentes do sistema penitenciário e policiais do Gate.

O réu foi julgado por crimes ocorridos em dia 22 de agosto de 2005. As vítimas Renê Abreu de Souza, 23 anos, e o primo A. S. F., foram vítimas de um atentado, tendo como principal acusado o Fubá. Na ocasião, A.S.F conseguiu correr, e não foi baleado, mas Renê foi atingido por oito tiros e morreu.

As acusações contra o réu foram reforçadas pelos promotores de justiça, Samuel Cavalcanti, Francisco Ângelo Silva Assis e Bruno César Medeiros Jardini, que pediram a condenação de Adenício. O advogado de defesa do réu, Elizeu Borges Brasil, apresentou a tese de negativa de autoria e pediu aos jurados a absolvição de Fubá. “Sinto-me à vontade para falar que tenho dúvidas se o réu é culpado ou não. E não existem provas que nos leve a essa condenação”, defendeu o advogado.

PENA
A pena base aplicada ao réu foi de 13 anos de reclusão, sendo aumentada em seis meses tendo em vista que o Conselho de Sentença reconheceu duas qualificadoras (circunstâncias que aumentam a pena): motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima. Na terceira fase da aplicação da pena, a condenação do réu foi acrescentada em 1 ano e 6 meses, tendo em vista que com uma só ação o acusado praticou dois crimes.

ALÍVIO
Vestidos com uma camisa em homenagem a Renê, familiares da vítima acompanharam todo o julgamento, até o momento em que o réu retornou para a viatura do sistema prisional. A mãe do rapaz, Cosmina Abreu de Souza, que esperou por mais de sete anos pelo julgamento, disse que finalmente pode se sentir um pouco mais aliviada com a condenação, e definiu com apenas uma palavra o resultado da sentença: “Justiça”.

A mãe de Renê lembra que na época em que o filho morreu, um de seus sobrinhos estaria devendo droga para Fubá. Por causa disso, o criminoso havia então prometido matar alguém da família. “Meu filho morreu à toa. Ele estava chegando do serviço quando morreu com oito tiros. Eu sei que não terei meu filho de volta, mas agora acredito que há justiça na terra”, afirma.


Após 7 anos de espera, mãe da vítima acredita que justiça foi feita

SEGURANÇA
Por ser um criminoso conhecido na região, o julgamento de Fubá teve grande repercussão, principalmente no meio policial. A movimentação no Fórum até o final do julgamento foi intensa e um forte esquema de segurança foi montado com equipes do Gate da Polícia Militar e agentes penitenciários de Unaí. Após a leitura da sentença, o réu saiu pela porta dos fundos, sendo aguardado por órgãos de imprensa e familiares da vítima Renê. Fubá retornou para a Penitenciária Agostinho de Oliveira Junior, em Unaí, onde está recolhido.


Condenado é suspeito de planejar mortes
Ipatinga
– Antes de ser preso, em 2005, Fubá era considerado um forte traficante na região do bairro Bethânia e temido. Ele é suspeito de planejar a morte da juíza Marli Maria Braga – transferida para outra comarca depois da ameaça – e de um advogado – que lhe cobrou honorários advocatícios. A informação foi repassada anonimamente para a Penitenciária Dênio Moreira de Carvalho, em fevereiro deste ano, quando três presidiários, colegas de Fubá, foram remanejados da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. Sob o comando de Adenício (quando ainda estava preso em Contagem), os três estariam arquitetando a morte da juíza e do advogado e de outros presos condenados por estupro.

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