Cultura

Niemeyer é velado em Brasília

(Fotos: Fotos: Carlos Alberto Pereira/Imprensa MG)

BRASÍLIA – O corpo do arquiteto Oscar Niemeyer foi velado até a noite de ontem (6) no Palácio de Planalto. Niemeyer morreu nesta quarta-feira (5), no Rio de Janeiro, aos 104 anos.
O corpo saiu do Rio de Janeiro às 13h, chegou à Base Aérea de Brasília por volta das 14h20 e seguiu em cortejo pelo Eixo Rodoviário e pelo Eixo Monumental, duas das principais vias de Brasília.

Na chegada ao Palácio do Planalto, o corpo de Niemeyer foi recebido pela presidenta Dilma Rousseff, junto com a guarda dos Dragões da Independência. A presidenta estava acompanhada da viúva do arquiteto, Vera Niemeyer. Até as 16h, o velório no Palácio aconteceu apenas para parentes e autoridades. Das 16h às 20h, foi aberto ao público.

O corpo foi velado no Salão Nobre do Palácio. Mais de 30 coroas de flores foram mandadas para a cerimônia de despedida enviadas, por exemplo, pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelos governadores Antonio Anastasia (Minas Gerais), Sérgio Cabral (Rio de Janeiro) e Agnelo Queiroz (Distrito Federal).

Entre as autoridades que acompanharam o velório estão o vice-presidente Michel Temer, os presidentes do Senado, José Sarney, e da Câmara dos Deputados, Marco Maia; do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa; e os governadores Jaques Wagner (Bahia), Agnelo Queiroz (Distrito Federal) e Renato Casagrande (Espírito Santo), além de vários ministros do governo.

Após o velório em Brasília, o corpo do arquiteto será levado de volta ao Rio de Janeiro, onde será velado no Palácio da Cidade. O sepultamento ocorre hoje (7) no Cemitério São João Batista, em Botafogo.
Oscar Niemeyer morreu no Hospital Samaritano, em Botafogo, onde estava internado desde o dia 2 de novembro, vítima de complicações renais e desidratação. Por causa de uma infecção respiratória, o arquiteto que estava na unidade intermediária do hospital, ficou sedado e respirando com auxílio de aparelhos. Niemeyer morreu às 21h55. Ele completaria 105 anos no próximo dia 15.

LEGADO
O governador Antonio Anastasia destacou nesta quinta-feira (06), durante entrevista em Belo Horizonte, a relevância da obra de Oscar Niemeyer para a história e a cultura de Minas Gerais.

“Nós mineiros, principalmente belo-horizontinos, temos muito a agradecer e homenagear Niemeyer. Ele começou aqui a sua trajetória de fama internacional com o conjunto da Pampulha, teve em Juscelino Kubitschek, certamente, seu principal apoiador, naquele início ainda nos anos 1940, e, portanto, Niemeyer, a partir dali, fez Brasília e fez outras tantas obras, e uma das últimas, a Cidade Administrativa. E, por isso mesmo, deverá, permanentemente, estar na nossa lembrança, na nossa memória e nas nossas homenagens”, afirmou o Anastasia.

O conjunto arquitetônico da Cidade Administrativa Presidente Tancredo de Almeida Neves foi inaugurado em março de 2010 pelo então governador Aécio Neves, para abrigar, em um mesmo local, os diversos órgãos da administração direta do Poder Executivo Estadual.

Aécio Neves justificou a escolha do arquiteto Oscar Niemeyer para fazer o projeto da Cidade Administrativa citando uma frase do antropólogo, educador e senador Darci Ribeiro. “Daqui a 200 anos, o mundo vai se lembrar de apenas três brasileiros. Um será certamente Oscar Niemeyer, os outros dois, não faço nem ideia de quem possa ser”, disse à época.

BH
Belo Horizonte é a capital brasileira com o maior conjunto de obras de Niemeyer. Além da Cidade Administrativa e do Conjunto Arquitetônico da Pampulha, formado por quatro construções, Oscar Niemeyer projetou várias outras obras na capital mineira, como o Conjunto JK, a Biblioteca Pública Luís de Bessa, o edifício Niemeyer, na Praça da Liberdade, o Palácio das Mangabeiras, o Colégio Estadual Central, entre outros prédios públicos e residências.

O seu mais recente projeto na capital mineira, a futura Catedral Cristo Rei, será construída no Bairro Juliana, na região Norte. Com capacidade para receber 5 mil fiéis sentados e até 20 mil pessoas no pátio externo, a igreja tem um arrojado projeto que prevê duas colunas de 100 metros de altura, uma cruz com 20 metros e campanário de 40 com sete sinos.

O ARQUITETO
O arquiteto Oscar Niemeyer nasceu em 1907, no Rio de Janeiro. Começou a trabalhar em 1934 no escritório de Lúcio Costa e Carlos Leão, onde participou do primeiro projeto, a construção do Ministério da Educação e Saúde.
Em 1940, conheceu o prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitscheck, que o convidou para projetar o Conjunto da Pampulha, que assegurou sua fama como um dos mais brilhantes arquitetos do mundo em sua geração. Em 1956, foi encarregado de organizar o concurso para escolha do Plano-piloto de Brasília, participando também da comissão julgadora.


Igrejinha (acima) e Museu de Arte da Pampulha(abaixo), complexo arquitetônico projetado por Niemeyer
na capital mineira

 

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