Cidades

Aperam promove retorno de funcionários afastados

Na área de Acabamento de Aços Elétricos, o empregado se reestabeleceu profissionalmente    (Crédito: Aperam South)

TIMÓTEO – O trabalho dignifica o homem. A frase atribuída ao sociólogo Max Weber (1864–1920) também é lema do operador de soldagem de bobina, Daniel Barbosa dos Santos. O hábito de acordar e se preparar para o trabalho, rotina comum à maioria dos brasileiros, não fazia parte de seu dia a dia há tempos. Afastado há sete anos – Daniel rompeu os ligamentos cruzados dos dois joelhos –, ele teve a oportunidade de voltar à ativa graças ao programa Ação Global de Inclusão e Reabilitação (Agir).

Desenvolvido ao longo de seis meses, o Agir segue diferentes etapas. Aqueles que são indicados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para retornar à Empresa passam por uma triagem em que se identificam limitações e habilidades. Em seguida, eles permanecem em treinamentos teórico-práticos de preparação para o retorno ao trabalho durante seis semanas e, posteriormente, são direcionados para diferentes áreas da Empresa, onde aprendem novas funções.

ACOMPANHAMENTO
Todo o processo é acompanhado por uma equipe multidisciplinar especializada da Habilitá – empresa contratada para planejar e executar atividades de reabilitação. “O objetivo é garantir que a volta ao trabalho seja gradual e progressiva, com maiores chances de readaptação do trabalhador no mercado. Todo o processo, inclusive nas áreas de produção, é acompanhado pela nossa equipe, visando a uma reabilitação plena e saudável”, ressalta a terapeuta ocupacional e sócia-diretora da Habilitá, Marina Pinto Coelho Magalhães.

A primeira turma do Agir teve início em janeiro de 2011 e, até o momento, o programa está com a quinta turma em andamento. Num primeiro momento, Daniel mantinha uma dúvida. “Meu medo era não conseguir exercer as funções exigidas. Felizmente, me surpreendi. Conquistei meu emprego de volta e, com ele, o reconhecimento da família”, afirma.

INSS
O retorno de Daniel e de tantos outros empregados afastados e aposentados por invalidez à Aperam South America é resultado de uma decisão do INSS. O órgão reavaliou diversos profissionais com benefício previdenciário e determinou que muitos deles, com potencial laboral, voltassem ao trabalho. Para isso, porém, precisariam passar pela reabilitação profissional. Além disso, deveriam exercer funções que respeitassem suas limitações físicas e psicológicas.

Para que a decisão do INSS fosse acatada e seus empregados pudessem voltar plenamente à ativa, a Aperam criou um programa de readaptação inovador: o Agir. A iniciativa permitiu o retorno ao mercado de 49 profissionais, o que equivale a 91% do total.

DEDICAÇÃO
No caso de Daniel, que tem dificuldade para caminhar, era importante encontrar uma atividade que não exigisse muita movimentação. Quando foi afastado pelo INSS, em 2004, ele era operador da Laminação de Tiras a Quente. A área para a qual foi direcionado, Acabamento de Aços Elétricos, o recebeu de braços abertos. A equipe, formada por sete empregados em cada turno, foi orientada a auxiliá-lo. O supervisor da área, Leones Bertolini Siqueira, destaca que o grande diferencial de Daniel tem sido a vontade de aprender e de adequar-se às funções. “Para garantir que o Daniel se adaptasse ao trabalho, acompanhávamos, diariamente, seu desenvolvimento”, explica. Além dele, a área acolheu outro reabilitando, o operador Ordilei Vieira Soares que também é um caso de sucesso do programa. Um dos elementos fundamentais para que a reabilitação dê certo é a família.

Para a analista de Relações Trabalhistas da Aperam South America, Magda Regina Plais, o Agir significa oportunidade de desenvolvimento para todos. “Nós ganhamos, porque recebemos de volta profissionais qualificados, readaptados à rotina e que já conhecem a cultura da Empresa. O coordenador de Medicina do Trabalho da Aperam, Evonei Melquiades, aponta que também existem vantagens para os empregados. “A valorização é grande”, avalia.

EMPREITEIRAS
O sucesso do Agir motivou o próprio INSS a sugerir à Aperam South America que afastados de outras empresas participem do programa. Nilton de Oliveira Barros, ex-motorista da Lomae, empresa contratada da Aperam, é o primeiro participante externo. Depois de nove anos afastado, em decorrência de um sério problema de visão, Nilton voltou a trabalhar. “Agora atuo na Fundação Aperam Acesita como vigilante. É muito gratificante perceber o orgulho da minha família”, descreve.

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