Cidades

Após 60 anos, Massacre de Ipatinga entra para o Calendário Oficial da cidade

Vale do Aço busca reconhecer o significado histórico, político e cultural da data de 7 de outubro como Dia da Luta Operária

IPATINGA – Após 60 anos, que serão completados no próximo dia 7 de Outubro, o sangrento episódio do Massacre de Ipatinga finalmente entra no calendário oficial do município. O violento episódio da história de Ipatinga que deixou inúmeros mortos e feridos (até hoje não se sabe exatamente os números) ficou durante muito sem ser mencionado por causa do medo imposto pela repressão do regime militar. Considerado um tabu, o Massacre de Outubro foi primeira investigado pelo jornalista Carlindo Marques, que o registrou no livro “O Massacre de Ipatinga”. Posteriormente foi objetivo de estudo da historiadora Marilene Tuller e de vários outros estudiosos do movimento operário em Minas Gerais, sendo tema de inúmereas teses de graduação e pós-graduação.

Operário morto sobre a mesa do engenheiro Gil Guatimosin é observado pelos companheiros

MEMÓRIA

Agora, o município de Ipatinga tem uma nova data em seu calendário oficial para evitar que o episódio caia no esquecimento e sofra um pagamento histórico. O Dia Municipal da Luta Operária, comemorado em 7 de Outubro foi instituído a partir do Projeto de Lei nº 234/23, proposto pela vereadora Cecília Ferramenta. Conforme ela o projeto visa a “preservar, honrar e homenagear a memória dos trabalhadores da cidade, particularmente os metalúrgicos da Usiminas, pelo histórico episódio denominado ‘Massacre de Ipatinga’, que ocorreu em 7 de outubro de 1963”, explicou Cecília.

SESSÃO SOLENE

A vereadora ressaltou a importância da data para o fortalecimento da identidade social, política e cultural do Vale do Aço. Além disso, Cecília pontuou que a própria Câmara de Ipatinga se encarregará de realizar, anualmente, uma sessão solene em alusão ao Dia da Luta Operária, contando com a colaboração de entidades sindicais e representações populares.

RESGATE

Marilene Tuller, historiadora e autora do livro “Massacre de Ipatinga”, comentou que “neste ano, em que se completam 60 anos do Massacre, e após o fim da ditadura militar, conseguimos resgatar e lembrar de todos os movimentos operários da cidade”. Marilene enfatizou a relevância de marcar o 7 de outubro como o Dia da Luta Operária. “Esperamos que seja um dia de reflexões e estudos intensos, reconhecendo que Ipatinga foi moldada tanto pelo aço quanto pelo esforço humano”, concluiu a historiadora.

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