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Acervo de Augusto Ruschi é declarado de interesse público e social

(DA UFES) – Por se tratar de um conjunto documental de máxima relevância para a história da ciência e para a conscientização da sociedade brasileira sobre a importância da preservação da flora e fauna do país, o acervo arquivístico do ecologista e naturalista capixaba Augusto Ruschi foi declarado de interesse público e social pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). É o primeiro acervo do estado a receber essa nomeação.

PORTARIA

A Portaria de reconhecimento de nº 119 foi publicada no Diário Oficial da União no último dia 4 de julho. Define-se com interesse público e social aquilo que a sociedade quer ver preservado, devido aos seus valores históricos e culturais.

A iniciativa foi do professor do Departamento de Arquivologia da Ufes Taiguara Aldabalde e do ambientalista André Ruschi, que solicitaram ao Conselho Nacional de Arquivos (Conarq), em 2011, o reconhecimento do acervo do ambientalista capixaba como de interesse público e social. André Ruschi, filho de Augusto Ruschi, faleceu em 2016.

O Conarq é um órgão vinculado ao Arquivo Nacional do MJSP, que tem a finalidade de definir a política nacional de arquivos públicos e privados, bem como exercer orientação normativa visando à gestão documental e à proteção especial aos documentos de arquivo.

RECONHECIMENTO

O professor destacou a importância do reconhecimento do acervo: “Foi uma vitória para a ciência e para o nosso estado, pois se trata de acervo de um cientista capixaba reconhecido mundialmente. Augusto Ruschi foi o primeiro cientista a se preocupar com as mudanças climáticas, merece todo o nosso crédito e respeito. Agora, temos que trabalhar para que outros arquivos sejam reconhecidos, principalmente em um país com poucos arquivos e bibliotecas públicas. Vale lembrar que os arquivos e as bibliotecas são registros da nossa história e da nossa cultura, que resgatam e preservam a memória de uma sociedade”.

ACERVO

Atualmente, o acervo de Augusto Ruschi se encontra sob a guarda e propriedade da empresa André Ruschi ME. Boa parte do seu acervo está disponível para consulta na Estação Biologia Marinha Augusto Ruschi (Ebmar), localizada no município de Aracruz. Os responsáveis pelo acervo são os arquivistas formados pela Ufes Rafaela Dalvi e Júlio Marques.

O acervo é composto por documentos produzidos durante toda a vida do cientista. Segundo Aldabalde, são mais de 5 mil metros de documentos, como manuscritos, trabalhos científicos, troca de mensagens entre cientistas, livros, revistas, cartas, fotos, materiais iconográficos, fotografias, slides, negativos, ilustrações, CDs, medalhas, premiações, moedas e objetos pessoais, totalizando mais de 50 mil materiais.

LEGADO

Nascido no município de Santa Teresa (ES), em 12 de dezembro de 1915, Augusto Ruschi foi autor de mais de 20 livros e 450 trabalhos científicos, além de obras de grande importância sobre aves do Brasil, beija-flores, orquídeas, morcegos, macacos e trabalhos com propostas de solução para problemas ambientais de diversas regiões do país.

Foi agrônomo, ecologista, naturalista, cientista com projeção nacional e internacional, um dos primeiros a discutir os efeitos danosos dos agrotóxicos no meio ambiente. Foi professor e pesquisador do Museu Nacional, além de ter participado da implantação de diversas reservas ecológicas, como a do Parque Nacional do Caparaó, e de instituições científicas como o Museu de Biologia Professor Mello Leitão (MBML) e a Ebmar. Ruschi faleceu em 3 de junho de 1986, aos 70 anos.

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