Leia as obras premiadas, que abordaram o tema “Existe um Futuro para os Livros de Papel?”
IPATINGA – “Existe um Futuro para os Livros de Papel?”. Esse foi o tema do Concurso de Poesia Central de Ideias,em comemoração ao aniversário de 14 anos da Biblioteca Central de Ideias do Centro Cultural Usiminas. A novidade é que esta edição foi ampliada para escolas e faculdades do Vale do Aço. O período de inscrições foi de 9 a 25 de abril e, ao todo, foram inscritas 37 poesias.A premiação foi realizada no ultimo sábado (27), às 15h, na Biblioteca Central de Ideias do Centro Cultural Usiminas, em evento especial que marcou o encerramento das comemorações. Realizada pelo Instituto Usiminas, de 9 a 27 de abril, a programação de aniversário da Biblioteca Central de Ideias teve patrocínio da Usiminas, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Foi eleita uma poesia vencedora em cada categoria. A Comissão Julgadora, composta pela equipe do Instituto Usiminas e pelo professor Sávio Tarso, avaliaram os quesitos: tratamento redacional, originalidade, criatividade, desenvolvimento do tema e contextualização. O objetivo do Concurso foi levar os participantes a reflexão sobre a importância do tema em questão e fomentar os estudantes de todas as idades a desenvolver a escrita, usar a criatividade, expor talentos e ainda concorrer a prêmios.
FUNDAMENTAL
Na categoria Fundamental I (06 a 10 anos), as poesias vencedoras foram dos estudantes João Pedro Gomes Pereira, da Escola Municipal Benvinda Moreira Pacheco, e de Levi Neves, da Escola Estadual Dom Helvécio. Já na categoria Fundamental II (11 a 14 anos), as premiadas foram as estudantes Luana Araújo Pereira Lage,do Colégio João Calvino, e Ana Luiza Menezes de Oliveira, da Escola Sesi Santa Rita de Cássia. A premiação foi de R$ 100 em vale-livros para o aluno ganhador e para a Instituição na qual ele estuda.
SUPERIOR
A poesia vencedora na categoria Superior (pessoas vinculadas a alguma instituição de ensino superior) foi da estudante da Universidade Pitágoras Unopar, Ivanete Marques Pereira, que recebeu R$ 100 em vale-livros, assim como a instituição em que ela estuda.
Crianças, adolescentes e adultos que não são ligados a instituições também tiveram a oportunidade de participar da categoria Geral. A poesia vencedora foi de Indira Silveira Rezende, moradora de Coronel Fabriciano, também premiada com R$ 100 em vale-livros e um troféu.
A diretora do Instituto Usiminas, Penélope Portugal, salienta a importância da Biblioteca Central de Ideias como espaço que promove a leitura de diversas formas. “Ao longo desses 14 anos a Biblioteca sempre esteve junto da comunidade, tanto como espaço que oferece um acervo sempre atualizado, quanto com ações de estímulo à leitura. A realização do concurso teve uma repercussão muito importante mobilizando escolas e comunidade a escrever sobre um tema atual. Para o Instituto Usiminas é uma alegria poder encerrar a comemoração de aniversário da biblioteca com essa premiação tão especial”, declara a diretora.
Confira as poesias vencedoras:
Fundamental I
Autor: João Pedro Gomes Pereira
Existe um futuro para os livros de papéis?
Papel pra criar
Papel pra embalar
Livro pra ler
E para se encantar
Num futuro tão próximo
Por que não amar?
Eu amo meus livros
E amo cuidar
Existe um futuro
Para sempre melhorar
Mas nossos livros de papéis
Precisamos eternizar
Um objeto físico
Para sempre lembrar
Que ler é importante
Para sempre educar.
Autor: Leve Neves
Asas da imaginação
Estamos vivendo na era digital
Pessoas estão trocando livros de papel
Mas algo eles não perceberam…
A alegria de poder ler,
Folear os livros…tocar…
Sonhar as histórias
Viajar na imaginação!
O livro é uma asa de papel
Onde eu me tele transporto
Para onde eu quero
Livro é sabedoria… livro é vida!
Ser nativo ou imigrante digital
Não importa, não é mesmo?
Livro é livro…
Baixado, ganhado ou comprado
Todos tem seu espaço!
Um lugar especial
Bem guardado
Lá no fundo
Do meu coração.
Fundamental II
Autora: Luana Araújo Pereira Lage
Palavras Sem Vida
Um livro
E uma tela digital
Duas coisas diferentes que podem ter
A mesma utilidade.
Mas,
Ter a mesma utilidade e substituir
Não são a mesma coisa.
Um dispositivo eletrônico pode facilmente,
Expor um livro digital em sua tela,
Mas não será a mesma coisa de um livro de papel
Aquelas são palavras sem vida.
Palavras que não tem a oportunidade
De dançar entre as páginas sensíveis e desbotadas.
Palavras presas em uma tela.
Palavras sem liberdade.
Um livro digital jamais substituirá,
O calor de um livro de papel.
O calor de um livro de verdade.
Jamais transmitirá a sensação
De virar a página ansiosamente,
Sem saber o que lhe espera.
Jamais fará alguém sentir,
A sensação de fechar um livro,
Com orgulho de si mesmo,
Por tê-lo terminado.
Autora: Ana Luiza Menezes Oliveira
O futuro do livro de papel
No meu ponto de vista,
O futuro do livro de papel
Pode até ser que não exista
Com as novas tecnologias,
O livro tem sido deixado de lado,
Jogado nas estantes,
E também empoeirado.
Quem sabe no futuro,
Existam apenas livros digitais.
Uma realidade diferente,
Com histórias virtuais.
No futuro, um mundo mais tecnológico.
Mas o que não pode ser nunca diferente dos livros,
Independente de ser papel o virtual,
São as histórias que mudaram a vida das pessoas
E as deixaram muito mais especial.
Categoria Superior
Autora: Ivanete Marques Pereira
Venho de longe, eu venho de lá.
Páginas escritas, escritas em minhas páginas.
Conhecimento, inteligência dos Eruditos.
Decido o futuro de suas vidas, através da escrita.
Fui e serei sua companhia, madrugada a fora.
Tornou-se mestre da tecnologia, a tal globalização.
Apenas num clique, todas informações.
Me deixaram de lado, esqueceram-se do meu legado.
Não me tocam, não sou virtual, sou livro de papel.
Qual será o meu futuro? Temo o meu rumo.
Esquecido? Jamais!
Meu futuro será brilhante.
Podem me tocar, estarei sempre nas palmas de suas mãos, acompanhando-o pela vida, e numa bela canção.
Meu futuro? Serei eterno. Atemporal.
Categoria Geral
Autora: Indiara Silveira Resende
Desde a criação de Gutemberg
A impressão vem evoluindo
Como da geleira desprende o iceberg
Livros da prateleira vão sumindo
Ninguém olvida que o livro
Cultura e saber encerra
Vencer com a leitura
É vencer a própria guerra
Aprende a buscar o livro
Nas sombras de tuas dúvidas
Eletrônico, de papel ou falado
Importa mesmo é que dele não fujas.
A voz que não quer calar:
Para onde vais, livros digitais?
Expandir o acesso à leitura
Substituir o irmão de papel, jamais!
No cronômetro dos séculos
Livro impresso não é ultrapassado
O folhear das páginas cria vínculos
E deixa muito leitor apaixonado
O mundo inteiro ecoa:
Livros de papel chegarão mesmo ao fim?
Uma voz, então, ressoa:
Onde estão os leitores, enfim?