Opinião

O covarde se vai em desabalada carreira

(*) Fernando Benedito Jr

No início da carreira no jornalismo, na cobertura policial, onde testavam os “focas”, costumava-se utilizar o jargão ao final das matérias dizendo que fulano tinha fugido da polícia em desabalada carreira. Mais ou menos como fez Jair Bolsonaro, ele também um bandido. Fugiu em desabalada carreira, sem nenhuma honra, dignidade e covardemente. Era que o se esperava dele, à exceção dos adoradores de milicianos em porta de quartel, gente de pouca capacidade cognitiva e nenhuma compreensão do mundo civilizado.

O miliciano-chefe covarde – sempre se disse aqui que suas bravatas eram sinal de gente mal resolvida – saiu pela porta lateral do Palácio para driblar a imprensa e, segundo alguns jornalistas com acesso a fontes palacianas, depois de consultar o jurídico, que o aconselhou a sumir à socapa antes de perder o foro privilegiado, no próximo domingo (1º).

Não o fez só para não passar a faixa (ainda bem), porque passar a faixa não significa absolutamente nada além de um ato cerimonial sem maiores implicações. É só um ato de cortesia, de civilidade, de reconhecimento da derrota, enfim, coisas que não se espera de um sujeito estúpido como aquele que sai tarde e que nunca deveria ter entrado.

Não há como esquecer o mal que este sujeito fez ao País, as vidas que foram ceifadas por sua insensibilidade, a maneira como tratou as pessoas, as mulheres, os índios, a imprensa, a falta de educação, a ironia diária estampada na face ordinária. É preciso esquecer para não prejudicar ainda mais a saúde mental já debilitada por quatro de estupidez, dele e de seus devotos.

Ver este avião partindo, levando com ele esta triste figura, a desonra, a indignidade, o mal e aquele “discurso” miserável não tem preço.

Vá. Vá e fique para sempre. Vá e lamba suas feridas longe daqui. Inútil!

(*) Fernando Benedito Jr. é editor do DP.

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