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Em contragolpe, parlamento peruano derruba e prende Castillo

LIMA – O presidente do Peru, Pedro Castillo, teve sua destituição aprovada pelo Congresso na tarde desta quarta-feira (7), horas depois de tentar dissolver o Parlamento e antecipar eleições, decretando ainda um estado de exceção.

Na sequência, o Legislativo ignorou a ordem e aprovou a moção de vacância do político populista, como a vice, Dina Boluarte, tomando posse como presidente. A moção, uma espécie de impeachment, aprovada por 101 votos a favor, 6 contra e 10 abstenções – eram necessários 87 votos para a aprovação.

A Polícia Federal peruana, chamando Castillo de ex-presidente, informou que o político foi detido.

A dissolução do Congresso é um instrumento válido no sistema peruano, desde que o parlamento tenha rejeitado pelo menos dois votos de confiança ao governo. O primeiro deles foi posto em pauta pelo então premiê Aníbal Torres no início de novembro, mas a oposição se recusou a votá-lo alegando que o pedido “não poderia ser atendido nos termos estabelecidos”.

Ao convocar o segundo voto de confiança mesmo que o primeiro não tenha sido votado, o então premiê chegou a dizer que, se a oposição novamente se recusasse a votá-lo, entenderia isso como uma segunda rejeição formal – o que poderia ser interpretado como o gatilho para a dissolução do parlamento.

A oposição manteve a recusa, e Torres anunciou sua renúncia dias depois, sem uma solução para a disputa entre o Legislativo e o Executivo.

Ao ordenar a dissolução, Castillo também se tentou se antecipar à sessão em que o parlamento analisaria seu terceiro processo de destituição, mas fracassou.

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