Opinião

Mal de família

Os pequenos delitos da família Bolsonaro mostram que a falta de escrúpulos e ética de quem bate carteira é a mesma de quem rouba bancos

(*) Fernando Benedito Jr.

Desde os cheques do Queiroz, dos saques em caixa eletrônico para dividir o dinheiro das “rachadinhas”; dos depósitos na conta de Val do Açaí; da compra de mais de 51 imóveis em dinheiro vivo; de lanches e abastecimento das motos dos participantes de motociatas pagos com cartão corporativo; até chegar ao caso das jóias árabes e agora dos depósitos em dinheiro vivo feitos por Mauro Cid na conta de Michelle ou de suas assessoras e da tia; são muitos os casos notórios de desvios de dinheiro pela família Bolsonaro.

Eles gostam de operar com dinheiro vivo para não deixar rastros no sistema financeiro, mas deixam outros mais visíveis. O rastro do mau caratismo, por exemplo.

Demonstram ainda que gostam de pequenos expedientes, delitos menores, de preferência com dinheiro público. Claro, quem comete estes pequenos desvios, também comete grandes. Sem moral nem ética para conduzir a coisa pública ou para fazê-lo conforme seus interesses pessoais, quem bate carteira, rouba banco. É só ter oportunidade. E esse “exemplo de família” teve muitas oportunidades, então não demora e escândalos com grandes somas virão à tona. Essa disposição de usurpar o bem público começa no berço. Todos muito capazes, competentes e talentosos, seguiram, não à toa, a carreira política. Um é vereador, outro deputado e outro senador. Todos seguindo o exemplo do pai. A ex-mulher também tentou, mas teve menos sorte que a atual.

Realmente, é um caso, um fenômeno raro que merece ser analisado com carinho. Com o mesmo carinho e acuidade com que merecem ser analisados os eleitores desta casta.

(*) Fernando Benedito Jr. é editor do DP.

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