Opinião

Basta de golpismo!

(*) Fernando Benedito Júnior

Uma coisa é o direito sagrado do povo de se rebelar contra as tiranias, ditaduras e regimes autoritários; lutar pela liberdade de expressão em regimes de exceção onde a censura é imposta de maneira permanente; uma coisa legítima é lutar pela liberdade quando se está sendo cerceado por regimes ditatoriais que impedem todas as formas de expressão e manifestação.

Agora, outra coisa, aliás, nada simpática, é ficar gritando pela volta da ditadura nas portas dos quartéis, numa clara manifestação contra a democracia e suas instituições. Além de ser antipática, é uma manifestação de ignorância ou de conivência com as tiranias, as torturas, a ausência de liberdades democráticas, a ruptura com a sociedade civil. Os golpistas estão implorando pela volta da barbárie. Se desejam isso, problema deles. A maioria, conforme se viu pelos resultados das urnas eletrônica sem voto impresso não quer. Ao contrário, quer seguir adiante, quer a luz da democracia, da civilização, ciência, da sobriedade. Quer a luz do Sol sobre a Terra redonda.

A maioria rejeitou a política do ódio e da violência miliciana cultivada pelos manifestantes de porta de quartel. Este bando de vândalos ignorantes travestidos de verde e amarelo, cultuadores de monstros e personalidades tão tacanhas quanto eles próprios, tipos como Bolsonaro e sua família, Roberto Jeferson e outros da mesma categoria.

As eleições foram vencidas por Lula após um processo democrático que sofreu ataques de todos os lados. A democracia venceu após uma avalanche de fake news, venceu contra o peso da máquina do governo federal que mandou a PRF parar ônibus com eleitores no NE; que comprou votos com Auxílio Brasil eleitoreiro, vale gás, vale taxista, vale caminhoneiro; orçamento secreto, recursos e equipamentos para o agronegócio; manobras e “arranjos” palacianos de toda desordem contra o processo democrático, como os ataques aos ministros do STF, TSE, urnas eletrônicas, etc. As eleições foram vencidas contra tudo isto e mais algumas coisas.

Portanto, as manifestações nas portas dos quartéis não têm uma pauta. Simplesmente, são contra a democracia. São atos antidemocráticos, que, paradoxalmente, recorrem a mecanismos democráticos (a liberdade de expressão e manifestação) para tentar destruir a democracia. Ora, não há como ser tolerante com isso. Além do quê, agora deram para obstruir e destruir estradas, atacar sedes de instituições, inclusive a Polícia Federal (vão respeitar o que, então?), policiais (vide caso roberto Jeferson e durante os bloqueios), depredar equipamentos públicos e particulares (como ontem em Brasília). Eis os cidadãos de bem, defensores da propriedade privada e da liberdade.

Chega de tolerância com esta gente. Que caia sobre eles a mão pesada da lei, rápido e urgentemente. A começar pela remoção das portas dos quartéis, onde acham que encontram abrigo.

(*) Fernando Benedito Júnior é editor do DP.

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