Economia

Minas articula movimento em defesa da produção leiteira

Cooperativa endossa o movimento “Minas Grita pelo Leite”; ato em defesa do setor lácteo cobra ações do Governo Federal em defesa dos produtores de leite

VALADARES – Em 2023 a cadeia produtiva do leite sofreu em todo o Brasil com os impactos da alta nas importações de leite oriundo de países vizinhos como a Argentina e o Uruguai. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Minas Gerais tem a maior produção de leite no país, e consequentemente, foi um dos estados mais afetados pelas importações. Diante disso, o sistema sindical da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) está liderando o movimento “Minas Grita pelo Leite”, que acontecerá no próximo dia 18, às 10h, durante a Expominas, em Belo Horizonte. O “Minas Grita pelo Leite” tem o objetivo de pressionar o Governo Federal a promover mudanças que amenizem o impacto da crise para os produtores de leite.

ADESÃO

Neste cenário, a Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce, como uma das principais representantes do setor lácteo no Leste de Minas, aderiu ao movimento e estará no evento juntamente com instituições importantes para o agronegócio da região como o Sindicato Rural de Governador Valadares, a União Ruralista Rio Doce e o Sicoob Crediriodoce. Para garantir a participação dos produtores do Vale do Rio Doce no evento, as instituições irão custear o transporte até Belo Horizonte.

IMPORTAÇÃO

A importação de leite em pó no Brasil em 2023 foi equivalente a 2,2 bilhões de litros. Esse número representa um aumento de 68,8% nas importações, em comparação com o ano anterior. A pecuária leiteira está em quase todos os municípios de Minas Gerais, dessa forma, o aumento exorbitante das importações foi prejudicial para a economia de todo o estado, que é responsável por 27% da produção de leite no Brasil, tendo cerca de 216 mil fazendas e mais de mil indústrias de laticínios.

CONCENTRAÇÃO

A concentração para a viagem acontecerá no domingo (17), às 23h, na Cooperativa. “Precisamos reivindicar mudanças para a nossa cadeia produtiva. A alta da importação é ruim para a indústria, para os consumidores, e principalmente para os pequenos e médios produtores de leite, muitos decidiram abandonar a atividade leiteira por falta de alternativas diante da crise. O que queremos é que os produtos e os produtores brasileiros sejam valorizados”, afirma o produtor rural, Edberto Resende.

Além de produtor rural e agrônomo, Edberto Resende também está no Conselho Diretor da Cooperativa, e integra a diretoria do Sindicato Rural de Governador Valadares. Edberto destaca as reivindicações que serão feitas pelos produtores no “Minas Grita pelo Leite”:

– Plano Nacional de Renegociação de Dívidas de todos os produtores de leite;

– Inserção permanente do leite nos Programas Sociais do Governo Federal;

– Suspensão das importações subsidiadas da Argentina ou adoção medidas compensatórias ou salvaguardas imediatas;

– Ampliação da fiscalização no âmbito do Decreto 11.732/2023.

CRÉDITOS

Dentre outros pontos, o movimento reivindica que empresas e cooperativas cadastradas no Programa Mais Leite Saudável, tenham até 50% de créditos presumidos ao comprarem leite nacional. No entanto, o decreto ainda não teve a efetividade almejada pelos produtores. “Nós estamos fazendo o nosso papel, defendendo os interesses dos produtores de leite, em especial dos pequenos e médios, que possuem menores condições de enfrentar essa enorme crise. Minas tem uma produção de leite anual que gira em torno de 9 milhões de litros, isso não pode ser ignorado.”, afirma o diretor-presidente da Cooperativa, João Marques, que também estará no evento.

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