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Graça Foster renuncia ao comando da Petrobras

(Crédito: Frazão/Agência Brasil)

BRASÍLIA – A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, e cinco diretores da empresa renunciaram ontem (4). O Conselho de Administração da companhia se reúne amanhã, sexta-feira, para a escolha dos novos executivos que ficarão no comando da companhia. A informação foi confirmada pela Bovespa em comunicado ao mercado. Na solicitação, a Bovespa pede esclarecimentos à Petrobras a respeito das notícias publicadas na imprensa sobre o fato de que o Palácio do Planalto já havia informado à presidente da Petrobras, Graça Foster, de que ela seria substituída no cargo.

Em reunião terça-feira no Palácio do Planalto, Graça Foster apresentou as cartas de renúncia dos diretores para a presidente Dilma Roussef. A presidente argumentou que precisava de mais tempo para achar substitutos. Ao voltar ao Rio de Janeiro, a presidente da estatal conversou com os diretores da Petrobras, que resistiram e recusaram o acerto. Queriam deixar a empresa nesta quarta, segundo auxiliares presidenciais. A executiva telefonou para a presidente na noite de terça para informar da decisão colegiada.

Segundo a Folha de São Paulo apurou, só um diretor não assinou a renúncia coletiva: José Eduardo Dutra, afastado por motivos de saúde. Ele já havia manifestado seu desejo de deixar a diretoria após o recrudescimento das denúncias de corrupção e da crise gerada pelo adiamento do balanço não auditado.

 

Câmara Federal vai instalar CPI
BRASÍLIA
– A oposição conseguiu o número necessário de assinaturas para criar mais uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados para investigar denúncias de corrupção e desvio de dinheiro na Petrobras. São necessárias 171 assinaturas para criar uma CPI, e a Secretaria-Geral da Mesa Diretora da Câmara confirmou ontem (4) 182 assinaturas.

Agora, o próximo passo para a instalação da CPI é a leitura do requerimento no plenário pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Em seguida, os líderes partidários terão prazo de até cinco sessões ordinárias para apresentar os nomes dos integrantes da comissão, como prevê o regimento da Casa. Se algum partido deixar de indicar representante para a CPI, caberá a Eduardo Cunha fazê-lo. Sem definir uma data, Cunha já avisou que fará o que prevê o regimento e determinará a instalação da comissão de inquérito.

A oposição considera a criação de uma CPI exclusiva da Câmara estratégica para diminuir a força do governo, maior no Senado. “A CPI da Câmara pode ter muito mais força. A CPI do Senado sempre é chapa branca”, disse o líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP), que protocolou o pedido. Ele não descarta, no entanto, a criação de uma comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI).

Sampaio acrescentou que uma das primeiras ações da oposição na CPI será pedir todas as provas colhidas pela CPMI Mista da Petrobras, encerrada em dezembro de 2014, inclusive os autos da Operação Lava Jato.
O presidente do PT, Rui Falcão, disse que o partido não teme a CPI ou outra investigação. Falcão ressaltou que os desvios na Petrobras já são objeto de investigação por outros órgãos. “Tudo o que havia para ser investigado tem sido investigado à exaustão pelo Ministério Público, pelo Judiciário, pela Polícia Federal, pelo juiz Sérgio Moro.”

Ele questionou a necessidade de uma investigação por CPI, que qualificou de instrumento político da oposição. “É um direito da oposição, dos partidos políticos, fazer quantas CPIs entenderem – não é o caso de São Paulo, onde não se instalam CPIs de conteúdo investigativo porque o PSDB, que tem o controle da Assembleia [Legislativa], nunca permitiu”, ressaltou Falcão.

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