Cultura

Em cartaz em Ipatinga temporada de Cenas Curtas de Artistas LGBTQIA+

Ederson Caldas apresenta a cena “Engole o Choro”, sobre homem gay revoltado com os espancamentos infligidos pelo pai

IPATINGA – O Espaço Cultural Casa Laboratório realiza a edição 2022 do “Festival de Cenas Curtas de Artistas do Interior de Minas Gerais” como uma das diversas iniciativas desenvolvidas pela instituição, a fim de instaurar debates em torno do “Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ 2022” na cidade de Ipatinga.

A mostra estréia nesta quinta-feira (30) e segue em cartaz até domingo (3) de julho, sempre às 20h. Diariamente, quatro cenas propostas por interpretes LGBTQIA+ são apresentadas com entrada gratuita na sala de espetáculos da Casa Laboratório no segundo piso do Shopping Vale do Aço. A mostra surge como uma estratégia das artes vivas do corpo para promover pensamentos e reflexões sobre identidade, diversidade e gênero. O evento conta com o patrocínio da Usiminas, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais.

A travesti Sol Marques em cena de “Sol e Sombra” – Divulgação

PROPOSTA

Voltado para artistas profissionais, residentes no interior do Estado de Minas Gerais, o festival contempla os segmentos da dança, teatro e performance. A proposta é estimular a criatividade, reunir artistas e revelar novos talentos, através da produção de cenas curtas, inscritas por artistas independentes ou grupos, proporcionando ao público, o acesso a maiores diversidades de linguagens artísticas. A seleção das propostas cênicas dos inscritos foi feita pela equipe do Casa Laboratório, mediante lançamento de Edital específico. É adotado como critério base para nortear as escolhas das cenas o trabalho de pesquisa e a investigação linguística presente nas propostas. A curadoria é dos artistas Joab Sangi, João Carlos Cardoso, Diego Martins e produção de Rodolfo Bello. 

CENAS

A cena “Engole o Choro” do artista Ederson Caldas, narra a situação de José Honório. Homem gay que cresceu revoltado com os espancamentos frequentes recebidos, desde a infância, de seu pai homofóbico. Depois que seu pai sofreu um acidente e ficou tetraplégico, José decide então se vingar.

A performance “BIXA”, assinada pelo artista Kadosh Miranda, traz à cena o drama de uma personagem que relata em seu ato a discriminação, o descaso e as dificuldades enfrentadas por um corpo que luta e não encontra seu lugar na sociedade.

O artista Adilson Mariano, apresenta a cena “Roberto Carlos – O Super Homem”. De acordo com o personagem criado pelo ator, as pessoas geralmente ficam com medo dos filhos se tornarem gays por consumir conteúdos com imagem de super-heróis que se assumem LGBTQIA+, contudo, segundo o personagem, Roberto Carlos, ele sofreu a vida inteira, admirando heróis héteros e isso não lhe fez se tornar um homem hétero. O que fazer?

Para fechar o time de artistas, a atriz travesti Sol Markes apresenta a performance “Sol & Sombra”. De Perdigão, interior mineiro, um pássaro vive em processo constante de extinção. Parece ser, mas é simulacro. O pássaro convoca a cria com o canto, que já não mais quer responder. Imita, graceja, se nega. Quem sou eu? A transformação diferenciada como rito de passagem, como rito de vida. Contar novas histórias brincantes, recontar a origem, recriando o agora.

O festival é uma das principais iniciativas de interiorização e democratização de acesso à mostras e festivais do estado de Minas Gerais.

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