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Cai ministro da Educação, após denúncias de corrupção

BRASÍLIA – Milton Ribeiro pediu exoneração do cargo de ministro da Educação hoje (28). A saída foi publicada em edição extraordinária do Diário Oficial da União por volta das 16h40. Ribeiro esteve no Planalto no início da tarde e conversou pessoalmente com Jair Bolsonaro (PL). Em princípio, ele deve ser substituído por Victor Godoy, secretário-executivo do MEC, que até hoje era o número dois na pasta e atuava como braço-direito do ministro.

Auxiliares do presidente afirmaram que inicialmente foi estudada a possibilidade de Ribeiro se licenciar do cargo, mas foi decidido pela exoneração —no texto oficial, consta que a saída foi “a pedido”. Apesar disso, nas palavras de um auxiliar direto do presidente, após a sua defesa, Ribeiro poderia retornar ao comando do MEC “com mais tranquilidade”. Uma carta chegou a circular entre parlamentares, atribuída a Ribeiro, em que dizia que ele não iria se despedir do ministério.

Pouco mais tarde, o pastor publicou um texto semelhante no Twitter, mas afirmou que decidiu solicitar a exoneração ao presidente, “a fim de que não paire nenhuma incerteza” sobre a conduta dele e a do governo federal. Tomo esta iniciativa de coração partido. Prezo pela verdade e sei que a verdade requer tempo para ser alcançada. Sei de minha responsabilidade política, que muito se difere da jurídica. Minha decisão decorre exclusivamente de meu senso de responsabilidade política e patriotismo, maior que quaisquer sentimentos pessoais”, diz carta divulgada por Ribeiro, sobre sua exoneração.

VAZAMENTO

A saída acontece uma semana após a divulgação de um áudio em que Ribeiro afirma que o governo federal prioriza a liberação de verbas a prefeituras ligadas a dois pastores. Sem cargos, os líderes religiosos atuam em um esquema informal de liberação de verbas do MEC, segundo reportagem da Folha de S.Paulo. “Foi um pedido especial que o Presidente da República [Jair Bolsonaro] fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar [Santos]”, diz o ex-ministro na gravação.

TROCA-TROCA

Ribeiro é o quarto ministro da Educação da gestão Jair Bolsonaro (PL). Ele assumiu em julho de 2020. Antes, foi vice-reitor da Universidade Mackenzie e vice-presidente do conselho deliberativo da mantenedora da instituição. Antes dele, no ministério, o primeiro a deixar o cargo foi Ricardo Vélez Rodriguez, em abril de 2019. Em seguida, Abraham Weintraub assumiu o cargo, mas permaneceu até junho de 2020 após insultar o STF (Supremo Tribunal Federal). O economista Carlos Alberto Decotelli foi nomeado para o posto em junho de 2020, mas não chegou a assumir. Depois de um mal-estar causado por uma série de informações falsas no currículo, o governo optou por nomear Milton Ribeiro.

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