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Vale implanta sistema de energia solar em Ipatinga

O sistema vai fornecer aproximadamente 4 horas de energia caso haja interrupção no fornecimento     (fotos: Nadieli Sathler)

 

IPATINGA – A Vale implantou um sistema inédito de geração de energia solar em sua área operacional de Ipatinga. Desenvolvido com base na captação e utilização de luz solar, o projeto foi implantado pela mineradora em parceria com a Energia Pura, empresa especializada nesse tipo de tecnologia. Ao todo foram investidos R$ 196 mil na nova tecnologia.
De acordo com Marcelo Lima Soares, gerente de Operação Ferroviária III, a intenção do projeto é não paralisar as atividades da Central de Operações Ferroviárias em caso de suspensão no fornecimento de energia.
“Ao desenvolvermos o projeto, nosso objetivo foi aliar prevenção e sustentabilidade. Foi uma ação pioneira da Vale, pois o uso de energia solar no nosso segmento é inédito”, disse.

TECNOLOGIA
Composta por 32 painéis que atuam na captação de raios solares e de 24 baterias estacionárias com alta capacidade de armazenamento, o sistema pode gerar até 1.000 quilowatts-hora de eletricidade por mês, o equivalente ao consumo de 5,4 residências de classe média. Cabe destacar que os painéis têm vida útil de 35 anos e possuem baixo custo de manutenção.
Os painéis foram adquiridos da empresa japonesa Mitsubishi, os inversores responsáveis por converter a energia solar em elétrica foram importados dos Estados Unidos e as baterias são brasileiras.
Além de reduzir os gastos com energia da área em 4% a partir do emprego de uma tecnologia limpa, a ação garante maior segurança das operações já que, em caso de desabastecimento, o Centro de Operações Ferroviárias local terá capacidade de funcionar com as baterias estacionárias por aproximadamente 4 horas.

VALE EM IPATINGA

Atualmente a Vale mantém cerca de 600 funcionários em sua unidade no Vale do Aço. Desse total, mais de 230 são maquinistas, considerado o maior destacamento da América Latina.
Esses profissionais são responsáveis por conduzir os trens de carga que trazem para a cidade as matérias-primas que abastecem a indústria siderúrgica da região. Os maquinistas lotados na Central de Operação III cuidam dos trens da linha férrea de Tumiritinga a Itabira, abrangendo assim 242 quilômetros de malha ferroviária e 22 municípios.

CLIENTES
Na região os principais clientes da Vale são Usiminas (Ipatinga), Camargo Correia (Santana do Paraíso), Aperam (Timóteo) e Cenibra (Cachoeira Escura). Na linha são transportados minério de ferro, produtos siderúrgicos, carvão, celulose, calcário, toretes, combustíveis e blocos de pedra.
Da Cenibra, diariamente, sai um trem com aproximadamente 60 vagões com celulose, que são levados até Aracruz, local em que a empresa possui um ponto de carga e descarga. “A estimativa é que carregamos diariamente 3.400 toneladas de celulose para o Portocel-Aracruz. No mês, esse volume chega a 100 mil toneladas. Então temos um posto de manobra em Cachoeira Escura para atender a essa demanda”, explicou Marcelo.

SEGURANÇA
Os investimentos em segurança também são pontos de preocupação da Vale, tanto que todo o tráfego de trens é coordenado e monitorado em vários pontos da linha férrea. Em toda a extensão da Estrada de Ferro Vitória a Minas há câmeras que monitoram especialmente a proximidade de pessoas da malha ferroviária.
“Quando o trem se aproxima de uma cidade a sua velocidade cai para 40 km/h. Normalmente a velocidade é de 60 a 65 km/h. Essa preo-cupação é para evitar qualquer problema”, ressaltou.

PERCURSO

A organização da logística dos trens é feita de maneira que os maquinistas cumpram uma jornada de trabalho de seis horas. Por isso o trajeto entre Vitória e Belo Horizonte foi dividido em três unidades. Após levar o trem até Tumiritinga o funcionário tem que cumprir um intervalo mínimo de 10 horas de descanso.
Outra observação feita por Marcelo Lima é quanto à diferença entre os trechos entre Governador Valadares e após Timóteo. “Como temos uma área mais plana até Ipatinga o trem consegue chegar a uma velocidade maior, ou seja ate 65 km/h. Já nos trechos mais sinuosos, como é o caso de Timóteo, Nova Era e João Monlevade a média é 50 a 55km/h”, ponderou.

TREM DE PASSAGEIROS
Em Ipatinga está localizada uma das estações ferroviárias mais modernas da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), a Intendente Câmara, por onde chegaram mais de 96 mil pessoas somente no ano passado.
Também em 2011, a estação de Ipatinga foi responsável pelo embarque de 97 mil passageiros, que seguiram viagem tanto para outros municípios mineiros, quanto com destino a terras capixabas.

 


Marcelo Lima Soares, gerente de Operação
Ferroviária III: alternativa

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