Cidades

Transporte ilegal de passageiros é feito livremente em Ipatinga

Clandestinos se concentram no ponto em frente à rodoviária de Ipatinga, onde atuam livremente

IPATINGA – O transporte irregular de passageiros por motoristas sem autorização, os clandestinos, continua sendo feito de forma desimpedida em diversos pontos da cidade, em especial, em frente ao Terminal Rodoviário, no Centro.
Ali, os motoristas e aliciadores se concentram e oferecem o serviço aos gritos, além de abordar passageiros que pretendem viajar. O número de condutores no local é incerto, mas a reportagem do DIÁRIO POPULAR apurou que entre eles é feito uma espécie de revezamento que funciona da seguinte maneira: um motorista acumula um determinado número de passageiros para embarcar, dando a vez ao próximo da escala. Porém, nem sempre este esquema dá certo, pois existem alguns “furões” que passam na frente e levam os passageiros que esperavam para embarcar com o outro motorista.

FISCALIZAÇÃO
O Departamento de Estradas de Rodagem, órgão fiscalizador deste tipo de irregularidade, vem atuando nas estradas municipais, estaduais e federais da região com blitzes que têm o intuito de combater as infrações. As operações tem se concentrado em diversos pontos da região, onde há maior incidência da prática – o Departamento é responsável pelos trechos que ligam Ipatinga até João Monlevade, Caratinga e Naque.

Segundo dados estatísticos do DER, as ocorrências desta natureza são registradas com maior frequência nos trechos entre Belo Oriente / Coronel Fabriciano, Ipatinga / Governador Valadares e Ipatinga / Belo Horizonte.
Desde o início deste ano até agora, foram 21 apreensões de veículos que realizavam o transporte irregular de passageiro. Ipatinga é a cidade que concentrou o maior número de ocorrências: 11, em seguida aparece Belo Oriente, com quatro registros desde fevereiro.

O último registro foi feita nesta quinta-feira (8) no Horto, perímetro urbano da BR-381, em Ipatinga. Um homem trazia seis pessoas do aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, até Ipatinga, em um Peugeot Boxer, quando foi parado pelos agentes.

De acordo com informações do boletim de ocorrência, cada um dos passageiros pagou ao condutor R$ 100. O motorista foi conduzido para a Delegacia da cidade e teve seu veículo apreendido. Os seis passageiros que estavam no carro foram levados por outro motorista até os locais de destino.
Níveo Pinto de Lima, coordenador do DER na região, explicou que o órgão realiza fiscalizações diárias para combater esta prática nas estradas do Vale do Aço, mas que nem sempre a autuação é feita na primeira abordagem e sim na reincidência, já que alguns motoristas combinam com seus passageiros o que falar em casos de serem parados.

AUTORIZADOS
Para realizar o transporte intermunicipal de passageiros, é preciso que os veículos pertençam a empresas concessionárias ou autorizatárias registradas no DER e que passem por vistorias exigidas em lei. Além do registro, os condutores devem avisar o Departamento até 12 horas antes da viagem informando o motivo do transporte e também o nome de todos os passageiros que irão embarcar.

Apenas cinco empresas do Vale do Aço estão autorizadas a prestar este tipo de serviço pelo DER: duas em Ipatinga, uma em Fabriciano, uma em Timóteo e uma em Santana do Paraíso.
Taxistas também podem realizar o transporte intermunicipal de passageiros, mas com duas ressalvas: voltar sozinho ou então com os mesmos passageiros que foram levados. Empresas legais de ônibus também possuem permissão para circular.

Motoristas que são pegos realizando transporte clandestino podem ser penalizados com a retenção ou apreensão do veículo e com multas que variam entre R$ 537, para motoristas cadastrados no DER mas sem licença para viajar, e R$ 1.200, para os irregulares. Este último valor dobra em casos de reincidência.

RISCOS
O DER alerta também sobre os riscos que os usuários do transporte clandestino correm ao utilizarem o serviço. Segundo Níveo, não é possível garantir que os veículos que realizam as viagens possuam condições de trefegar, estejam em bom estado de conservação, nem que seus motoristas sejam qualificados para a função.

O coordenador do Departamento explicou que ao embarcar em um veículo clandestino, o passageiro não tem nenhuma garantia de que chegará com segurança a seu destino. Caso o veículo sofra algum tipo de falha mecânica ou acidente, por exemplo, o cidadão poderá não contar com assistência para seguir viagem.

Já a Polícia Rodoviária Federal faz um alerta sobre a idoneidade dos condutores, que muitas vezes estão em débito com a justiça e procuram na irregularidade uma forma de ganhar dinheiro. Há uma semana, uma briga entre um motorista clandestino e um aliciador de pessoas para viagens terminou com disparos de arma de fogo no Centro de Ipatinga. Wesley Soares Alves, de 27 anos, foi atingido no braço e nas costas e levado ao Hospital Márcio Cunha, sem risco de morte. Já o autor dos disparos não foi detido.

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