Cidades

Timóteo sedia fórum regional da ALMG sobre mobilidade urbana

TIMÓTEO – Ruas estreitas e sem infraestrutura, grande volume de carros e transporte coletivo ineficiente foram alguns dos problemas levantados no primeiro dia de discussões do Fórum Técnico Mobilidade Urbana – “Construindo Cidades Inteligentes”, que foi aberto nesta segunda-feira (17) e segue até o fim da tarde desta terça-feira (18), no Sesi/Asseit, em Timóteo. A promoção é da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em preparação para o fórum estadual sobre mobilidade urbana que será realizado no segundo semestre.

O encontro trouxe a Timóteo três deputados estaduais – Paulo Lamac, Celinho do Sinttrocel e Rosângela Reis –, técnicos e representantes de vários municípios da região para a discussão de soluções para problemas relacionados à ocupação e deslocamento urbanos. “Precisamos integrar os municípios do Vale do Aço para discutir com os moradores suas carências e necessidades e buscar, em conjunto, soluções para problemas comuns a todos, como transporte, educação e saúde”, conclamou o prefeito de Timóteo, Keisson Drumond, na abertura do fórum promovido pela ALMG.

DIA A DIA

“A mobilidade urbana é um tema pelo qual poucas pessoas se interessam, mas, no dia a dia, sentem os problemas na pele e reclamam disso. Esse assunto interfere na vida de todos, por isso é importante mobilizarmos toda a população. Precisamos pensar na questão industrial atrelada à mobilidade urbana e também no crescimento desordenado das nossas cidades, para a partir daí, buscarmos soluções coletivas para problemas comuns”, afirmou Keisson.

O prefeito de Timóteo elogiou a iniciativa da ALMG, mas cobrou que as discussões sobre mobilidade urbana levem em conta também a área de saúde, na sua opinião, uma das mais carentes em todo o Estado, e que os deputados estaduais se empenhem pelo reconhecimento da Região Metropolitana do Vale do Aço em nível federal. “Temos a oportunidade de planejar melhor o futuro das nossas cidades e, com isso, agirmos de forma preventiva, antes que os problemas se avolumem e as cidades fiquem ainda mais caóticas”, afirmou Keisson Drumond.

LÓGICA
Mudar a lógica da mobilidade urbana, de mero interesse público para a ótica do direito coletivo primário, é um dos desafios impostos pela Política Nacional de Mobilidade Urbana. A análise é do professor universitário e da Fundação João Pinheiro (FJP), Geraldo Spagno Guimarães, primeiro palestrante do fórum promovido pela Assembleia Legislativa. Ele lembrou que os municípios com mais de 20 mil habitantes terão que elaborar, até 2015, seus Planos de Mobilidade, por isso é preciso definir as diretrizes e linhas de desenvolvimento urbano.

“As pessoas precisam ter consciência do uso do espaço”, defende o professor Geraldo Guimarães, para quem a gratuidade no transporte coletivo, ao contrário do que defendem alguns setores, não vai resolver os problemas de mobilidade de nenhuma cidade. “Cidade rica, e também inteligente, é aquela que tem capacidade de atrair as pessoas para o transporte público”, argumentou o professor e autor do livro “Comentários à Lei de Mobilidade Urbana”.

DESAFIOS
Em outro painel do primeiro dia do fórum em Timóteo, sobre “Propostas para o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado (PDDI) da Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA)”, o professor e pesquisador do UnilesteMG, Rogério Braga de Assunção, disse que o planejamento em mobilidade precisa ser rápido. “De contrário, quando for implantado, já estará desatualizado”, advertiu.

O pesquisador do Centro de Estudos de Políticas Públicas da Fundação João Pinheiro e ex diretor-geral da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte José Osvaldo Lasmar, também palestrante, criticou a legislação sobre a mobilidade. “É muito genérica. A lei é boa em termos conceituais. Não há modelo de gestão metropolitana. Sem análise institucional, a aplicabilidade do plano fica comprometida”, afirmou.

AGORA

Por sua vez, o presidente da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da ALMG, deputado Paulo Lamac (PT), defendeu a mobilização de agentes públicos e da sociedade civil em relação à mobilidade urbana e na busca de capacitação para elaboração dos planos municipais de mobilidade. “As cidades precisam trabalhar agora para que não haja gargalos futuramente. O tempo é curto para que os municípios elaborem os planos. Queremos dar uma contribuição efetiva para o desenvolvimento da região”, concluiu Paulo Lamac.

DEBATES
O Fórum Técnico Mobilidade Urbana tem sequência nesta terça-feira (18), a partir das 8h30, com novas palestras e discussões no Sesi/Asseit. As discussões serão feitas por grupos temáticos: “Mobilidade urbana e desenvolvimento das cidades: governança política, planejamento integrado e articulação das políticas públicas”; “Cidades e infraestrutura de mobilidade urbana: desafios e estratégias”; “Desafios da efetividade do planejamento em mobilidade urbana: financiamento, fiscalização e controle social”; e “Mobilidade urbana e cidades inteligentes e sustentáveis: educação, acessibilidade, meio ambientes e novas tecnologias”. Na parte da tarde serão realizadas a plenária final, para homologação das propostas do Vale do Aço para o encontro estadual, no segundo semestre, e indicação dos representantes das cidades.

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