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Sorteio define 120 suplentes para residencial Nova Esperança

Candidatos a ocupar apartamentos do Programa Minha Casa, Minha Vida foram conhecidos entre 5.321 pessoas cadastradas. Remanescentes continuam com chances para novas unidades habitacionais em construção em Ipatinga.

IPATINGA – Em mais uma cerimônia pública emocionante, foram conhecidos na noite de terça-feira (20), na quadra coberta da Escola Municipal Artur Bernardes, em Ipatinga, os nomes de outras 120 pessoas de baixa renda candidatas a ocuparem os 240 apartamentos construídos no bairro Nova Esperança, na atual gestão, pelo Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV). Prestigiado por centenas de moradores, o sorteio contou com a presença do prefeito, representantes do Legislativo e da sociedade civil organizada, sendo acompanhado de perto e fiscalizado também por lideranças de alguns dos principais conselhos da cidade, como ocorreu no momento de checagem, conferência e lacração dos envelopes, em 12 de agosto.

DESISTÊNCIAS

Em 6 de novembro do ano passado, no mesmo local, a Prefeitura promoveu o primeiro sorteio com vistas à ocupação das unidades habitacionais do residencial, sendo definida uma lista de 312 nomes – 240 titulares e 72 suplentes. Contudo, muitos não compareceram ou desistiram dentro do tempo determinado para oficialização de documentações, o que requereu a definição de um novo grupo de suplentes. Os contemplados no novo sorteio, como os demais conhecidos em novembro de 2018, são submetidos a análises pela Caixa Econômica Federal, sendo a instituição financeira a responsável exclusiva pela classificação ou desclassificação dos pretensos moradores.

CRITÉRIOS

O principal critério para ocupação das moradias é a renda familiar de até R$ 1.800. Os candidatos não podem ser proprietários de imóvel residencial ou estarem em processo de aquisição. Entre os grupos priorizados estão moradores de áreas de risco, insalubres ou que tenham sido desabrigados, mulheres responsáveis pelos lares, deficientes e idosos. Preferencialmente, as famílias devem residir no município há mais de cinco anos. Aqueles que agregam o maior número destes critérios têm maior chance de serem contemplados.

Inicialmente, o cadastro para concorrer às unidades habitacionais do PMCMV no município registrou 5.895 pessoas, mas 262 foram logo desclassificadas, por não atenderem ao limite da renda familiar de R$ 1.800, o que fez a lista se reduzir a 5.633. Nesta terça-feira, os 120 suplentes foram sorteados num universo de 5.321 pessoas cadastradas, porque foram subtraídos deste total remanescente também os 312 sorteados em novembro.

CADASTRO ATIVO

Dizendo ser um grande privilégio de seu governo “realizar um processo de outorga de moradias com tanta transparência, sem qualquer espécie de favorecimento e pautado efetivamente na justiça social, em atendimento às exigências legais”, o prefeito Nardyello Rocha lembrou que muitos outros moradores ainda poderão ser contemplados. “O atual governo mantém ativo o cadastro e ainda temos outras 1.152 unidades habitacionais a serem entregues, sendo quase a metade já em construção. São mais 496 apartamentos para a rua Ilhéus (bairro Planalto), 160 para a rua Teresina (bairro Veneza) e outros 496 para o chamado conjunto Passatempo (na região do Distrito Industrial). Quem está inscrito, continua com chances”, ressaltou.

EMOÇÕES

Uma das novas contempladas, Jandira Alves, de 53 anos, moradora do bairro Canaã, contou que seguiu para o local do sorteio porque teve um bom presságio. Alguma coisa lhe dizia que talvez fosse o momento de estar entre os felizardos. Então, deixou sozinho em casa o pai, de 91 anos, que hoje tem apenas 5% da visão. “Foi também um presente para ele, que faz aniversário na próxima terça-feira, 27 de agosto”, contou ela, que é professora de matemática e é mãe de um rapaz de 16 anos, residindo no município praticamente desde o primeiro ano de vida, há 52 anos.

Outra sorteada, Maria Nadege Gonçalves Lopes, de 55 anos, do bairro Canaãzinho, é diarista há mais de cinco anos, mas contou ter trabalhado por muito tempo catando material reciclável nas ruas. Ela diz que veio de Governador Valadares para o Vale do Aço e a casa própria é um sonho de toda a vida. Mãe de duas filhas casadas, o marido é ajudante de pedreiro e a renda é insuficiente para bancar a compra de um teto.

Extasiado e ainda sem acreditar na boa notícia, quem chegou correndo à Escola Artur Bernardes foi Márcio Angeles Dias Silva, de 33 anos. Armador industrial desempregado e pai de um filho de seis anos, ele revelou que uma amiga lhe telefonou para avisar que seu nome havia sido sorteado. “Moro no Nova Esperança e vim o mais rápido que pude. Parece um sonho”, descreveu chorando, ajoelhado na quadra com um capacete num dos braços.

Com uma séria fratura no fêmur e atualmente impedida de trabalhar, Geralda Pereira Gomes, de 56 anos, diz que está hoje na casa da nora, no bairro Bethânia. “Levei um tombo e tenho uma prótese de platina numa das pernas. Durante muitos anos, trabalhei na lavanderia da Casa da Esperança, no Limoeiro”, contou. Mãe de quatro filhos, ela ainda tem junto dela a caçula de 29 anos. O homem com quem viveu por 14 anos morreu recentemente. Trabalhava como carregador e descarregador de caminhões.

A doméstica Maria Madalena Rodrigues Gonzaga, de 60 anos, veio de Abre Campo, na Zona da Mata, e quase não acreditou quando ouviu seu nome ser sorteado. Revelou que mora em Ipatinga há 15 anos, tendo ainda junto dela um neto de 18 anos. “Pago R$ 600 de aluguel e não tem sido fácil sobreviver”, comentou, emocionada.

OS APARTAMENTOS

O residencial Nova Esperança é composto de 15 blocos, cada um com 16 apartamentos. As moradias têm área de 40 metros quadrados, com dois quartos, sala conjugada com copa, cozinha conjugada com área de serviço e banheiro, além de área social, estacionamento e guarita de entrada. Com ponto de ônibus na porta, o local fica próximo de outros serviços públicos oferecidos como creche, escola e unidade básica de saúde.

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