Cidades

SindUTE vê insegurança com superlotação no HMC e volta às aulas

Contradições sobre a realidade da pandemia em Ipatinga acendem alerta sobre retorno 100% às aulas presenciais

IPATINGA – Um dia depois do Hospital do Márcio Cunha (HMC) informar, na última sexta-feira, que o cenário de superlotação é preocupante; a Prefeitura de Ipatinga anunciou o retorno às aulas 100% presenciais no dia 2 de agosto, num flagrante descompasso sobre a realidade da pandemia no município. O Sindicato Único dos Trabalhadores no Ensino (SindUTE), subsede de Ipatinga, avalia que esta contradição é preocupante e precisa ser devidamente esclarecida antes de expor estudantes e trabalhadores (as) do ensino a riscos.

“O SindUTE defendeu e continua a defender a retomada das aulas, desde que dentro de protocolos de biossegurança que garantam a saúde e a vida das pessoas. Já tivemos casos de inúmeros colegas que perderam a vida por causa de atitudes irresponsáveis e não queremos que isso continue a acontecer”, diz Marli Silva Cruz, diretora do SindUTE.

CONTROVÉRSIA

Para o SindUTE, a contradição entre as informações do HMC e da PMI não dão a segurança nem transmitem a confiança necessária, para um “retorno 100% seguro” das aulas presenciais. “Mais do que 100% dos estudantes nas aulas presenciais, é preciso ter 100% de segurança para o reinício, mas não é isto que estamos vendo. Além da superlotação hospitalar, existem novas variantes do coronavírus em circulação, Ipatinga ainda registra taxas significativas de contaminação diária e os óbitos seguem acontecendo quase diariamente, embora a cidade tenha avançado na imunização da população e dos trabalhadores (as) do ensino”, diz Marli Cruz.

Ela ressalta ainda que mesmo sendo o HMC um hospital de referência para a toda a região e não só de Ipatinga, a inexistência de leitos suficientes para todos é um problema que afeta também e, principalmente, aos ipatinguenses. “De nossa parte, mais uma vez reiteramos e alertamos para a retomada consciente, responsável, organizada, seguindo protocolos rígidos e de acordo com os parâmetros da pandemia”, salienta.

SUPERLOTAÇÃO HOSPITALAR

Segundo as informações divulgadas pelo Hospital Márcio Cunha, “dos 548 leitos disponíveis, mais da metade (290 leitos) são destinados a pacientes do Sistema Único de Saúde – SUS. A taxa média de ocupação atual é de 101,28% sendo que, nos últimos meses, a unidade já operou com 114,78% de ocupação”.

PANDEMIA CONTROLADA

Já a Prefeitura de Ipatinga lança mão exatamente dos atuais parâmetros da pandemia para justificar a retomada das aulas 100% presenciais. O prefeito Gustavo Nunes destacou a importância do retorno das aulas presenciais e reafirmou que tal medida só é possível graças aos números concernentes à pandemia controlados na cidade.

SCORES

A decisão da Prefeitura também é fundamentada nos “scores” quinzenais apurados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Segundo a administração municipal, estes “scores” possibilitam “tecnicamente, 70% de ocupação nas salas de aula”. “No último deles, publicado no dia 10 de julho, levando em consideração que grande parte das pessoas com 34 anos ou mais já foram vacinadas no município (e dentre estas os profissionais na área da Educação), é possível assegurar que as restrições relativas à ocupação nas salas de aula e distanciamento podem ser menos rígidas, daí a decisão de voltar com 100% de ocupação, mantendo o cumprimento de todo protocolo sanitário e respeitando o distanciamento de um metro entre as mesas em cada sala de aula”, justifica a Prefeitura de Ipatinga.

Você também pode gostar

PHP Code Snippets Powered By : XYZScripts.com