Cidades

SindUTE defende volta de aulas presenciais somente após controle do vírus

IPATINGA – O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sindute), Subsede de Ipatinga, se manifestou sobre a discussão iniciada pela administração municipal sobre a volta das aulas presenciais. O Sindute entende que o retorno às aulas presenciais representa um grave risco de disseminação do novo coronavírus e de mais óbitos. “Em Ipatinga e em todo o País vivemos o auge da pandemia, com altos índices de contaminação e mortes diárias. Na verdade, tem-se uma estabilidade da pandemia na alta, com uma média de 1.000 óbitos diários no País e, no caso de Ipatinga, uma média de dois óbitos diários, além dos altos índices de contágio”, ressalta a diretora do Sindute/MG, Feliciana Saldanha.

Até esta sexta-feira, Ipatinga contabilizava 132 óbitos e 6.669 casos confirmados. Além de altas taxas de ocupação de leitos de UTI, agravadas pela falta de leitos nas cidades vizinhas. A cidade também tem um baixo índice de testagem da população e flexibilizou as medidas de isolamento social.

VACINA

Segundo ela, o ideal seria o retorno às aulas somente após uma vacinação eficaz e segura de toda a população, já que outras medidas são de difícil controle numa escola, mesmo os mais simples, como uso de máscaras, isolamento social, higienização constante e descontaminação do ambiente escolar. “Até agora, os governos estadual e municipal sequer conseguiram realizar a testagem efetiva da população para rastrear e isolar os casos de infecção. Então, não há nenhuma clareza quanto a eventuais protocolos de segurança nas escolas, onde se vai lidar com crianças e adolescentes numa faixa etária que embora menos sujeita aos efeitos do coronavírus, transmite a doença com facilidade podendo comprometer a saúde de pais, avós, outros familiares, os próprios colegas e trabalhadores (as) na educação”, avalia Feliciana Saldanha.

VÍRUS SEM CONTROLE

A posição da Subsede do SindUTE é corroborada pelo presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo. Ele também defende que o retorno às aulas presenciais ocorra em outro momento. Segundo Heleno, a primeira orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que isso seja feito quando o vírus estiver sob controle. “O que nós observamos é um aumento da contaminação e das mortes diárias. Isso mostra uma situação muito complicada que ainda estamos vivendo. Nós somos um país continental onde um terço dos estados apresenta aumento dos casos e mortes, e isso tem uma mobilidade. Um estado que hoje se encontra numa situação de elevação pode logo estar estável, depois em queda, depois voltar a crescer o número de mortes. Então para nós da CNTE, essa é uma resposta clara de que o vírus não está sob controle no nosso país. O vírus não estando controlado, nós da educação básica, estudantes e trabalhadores da educação, que somos 25% da população brasileira, seríamos colocados a nos movimentar, a ocupar os espaços, o transporte coletivo, o transporte escolar, o que pode aumentar a contaminação e mortes entre os estudantes da educação básica”, avalia Heleno.

Além de conter a disseminação da doença, para decidir pela reabertura das escolas, é preciso que os governos sigam de fato todas as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e que os protocolos decretados sejam antes discutidos amplamente com toda a comunidade escolar e que todas as medidas colocadas no protocolo sejam executadas, pontua o presidente da CNTE.

“Se uma dessas medidas não for executada não orientamos o retorno e se os governos quiserem impor datas de retorno das atividades presenciais, a CNTE vai chamar greve pela saúde e pela vida. Nós vamos trabalhar com essa orientação para todas nossas entidades filiadas onde ocorrerem essas imposições de retorno”, afirmou Heleno.

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