Cidades

Sem política contra pandemia, Vale do Aço só conta mortos

Com 557 óbitos até a última segunda-feira, região vive um genocídio e vê em silêncio a escalada da mortalidade

(*) Fernando Benedito Jr.

Desde o último dia 23, os 45 leitos de UTI Covid-19 SUS em Ipatinga, estão totalmente ocupados. Nos últimos dias, conforme os boletins epidemiológicos as pessoas estão sendo intubadas na enfermaria e começam a integrar a fila de vítimas à espera de leitos de UTI. Enquanto isso, os governos municipais do Vale do Aço, nada fazem para conter a disseminação do vírus e tampouco para evitar as mortes, que se normalizaram e se banalizaram em números divulgados diariamente pelos boletins epidemiológicos das prefeituras, como se nada mais pudesse ser feito, senão assistir inertes ao genocídio. A população com o olhar desatento e sua impotência, nada cobra, nem reivindica. E para piorar não obedece as regras de distanciamento e nem adota as medidas para conter o contágio. Os poderes públicos, tanto os que saem como os entram ou permanecem não se manifestam – ou o fazem com promessas populistas e proselitismos que nada resolvem. A Prefeitura de Ipatinga, por exemplo, manifestou interesse em comprar a vacina. Só isso. As outras, nem isso. Ou o negacionismo. E talvez seja melhor que não prometam o que não podem cumprir. Todos os governos municipais da região tem se mostrado incompetentes e frouxos. Os óbitos em Ipatinga se aproximam dos 300, eram 293 até ontem. Em Fabriciano já são 125. Em Timóteo, 102. Em Santana do Paraíso 37. Um total de 557 na última segunda-feira.

Qual o outro nome disso, senão descaso e incompetência? Genocídio. E o vírus não é o único culpado.

Desde o início da pandemia, o que se vê dos governos municipais são atitudes frouxas em relação ao distanciamento; condescendência e alinhamento incondicional com os governos estadual e federal e sua incapacidade de promover a testagem, fornecer equipamentos de UTIs, criar novos leitos; negacionismo sobre sobre o vírus e sua capacidade de matar. Os governos municipais comportam-se como a pandemia fosse acabar sozinha. Esperam a “imunidade de rebanho” enquanto as pessoas morrem.

É preciso reagir e a vacina já e para todos uma das soluções.

(*) Fernando Benedito Jr. é editor do Diário Popular.

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