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Sem conseguir resolver problemas na saúde, Quintão culpa “herança maldita”

IPATINGA – Após uma tensa campanha política realizada em outubro do ano passado, quando os problemas de Ipatinga foram debatidos à exaustão, portanto, se não eram de domínio público, deveriam ser pelo menos dos candidatos que se dispunham a administrar a cidade, o atual governo continua culpando o anterior pelo que não consegue fazer. A “culpa do governo anterior” já no final do terceiro mês de governo, agora recai na “instabilidade de software implantado em 2015 que inviabiliza pregões, gera falta de insumos e medicamentos”. O argumento é utilizado pelo governo para justificar a incapacidade de resolver os problemas na UPA e no Hospital Municipal de Ipatinga e também para contratar nova empresa de software. Se for mesmo levado adiante, conforme anuncia o governo municipal, o novo “investimento” deve custar cerca de R$ 5 milhões.

HERANÇA MALDITA

A “culpa do governo anterior”, comumente chamada de “herança maldita” também é utilizada para justificar a dificuldade da atual administração em colocar remédios nos estoques da UPA e HMI. Para quem iria mandar entregar remédios na casa dos doentes, contratar médicos, reduzir filas, etc, como num passe de mágica, o problema de software não pode ser um entrave insuperável. Afinal, com o mesmo software, o governo anterior comprou remédios, iniciou a construção de Unidades Básicas de Saúde, inaugurou a do Caravelas e ampliou o Hospital Municipal.
“A administração municipal de Ipatinga está enfrentando uma série de problemas decorrentes da instabilidade de um sistema informatizado contratado em 2015 – alega o governo Quintão. São vários serviços de primeira necessidade comprometidos pelo mau funcionamento do software. Os empecilhos vão desde a dificuldade de integração das Secretarias Municipais à ineficiência para gerir mecanismos obrigatórios de controle de finanças e prestação de contas, apesar dos altos custos embutidos na terceirização”.

INOPERÂNCIA

“A inoperância do sistema também tem provocado impacto em várias unidades de serviços públicos de Saúde no município. Uma das consequências mais graves é o desabastecimento de materiais hospitalares básicos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA – 24 Horas) e Hospital Municipal de Ipatinga”, alega o governo Quintão.
Na verdade, com tais argumentos, o governo tenta criar uma “cortina de fumaça” para justificar a sua própria inoperância. Conhecedores do sistema afirmam que ele tem limites, mas não a ponto de inviabilizar pregões ou o desabastecimento na UPA e HMI.

PREGÕES INVIABILIZADOS

Conforme a administração, em função das debilidades do sistema, o Departamento do Fundo de Saúde tem sido impedido, desde o dia 06/02/2017, de concluir pregões municipais indispensáveis à aquisição de insumos, o que significa inclusive a falta de medicamentos nas unidades.
“Diante da caótica situação, a Prefeitura de Ipatinga informa que se viu pressionada a buscar alternativas, mobilizando técnicos para pesquisar com urgência um sistema estável, mais prático e funcional”.

ECONOMIA E GESTÃO
O titular da Dataserv – Secretaria Municipal de Dados, Lucas Brum, acrescentou que, “refém do sistema em vigor, entre outras consequências a estrutura organizacional da nova administração tem sido penalizada com um suporte deficiente e a falta de respostas para problemas primários”. Ele adiantou que “medidas estão sendo tomadas para que os entraves sejam sanados com a máxima urgência e, mais do que isso, o município ganhe em gestão e economia”.

CONTRATAÇÃO
De acordo com Brum, os serviços prestados por duas empresas deverão ser substituídos por uma única, mais habilitada, englobando ainda o controle de notas fiscais eletrônicas e o acompanhamento dos setores de ISSQN e Dívida Ativa. “Logo na implantação do novo sistema – ele calcula –, o município terá uma redução de custos de 28%, e a sua remuneração estará ligada à sua produtividade. Creio que num prazo máximo de seis meses, ele já se tornará autossustentável”, projeta.
Ainda conforme o secretário, o novo sistema será capaz de exercer uma fiscalização mais eficiente quanto aos tributos. “A ideia é que esta carga seja distribuída equitativamente, com princípios de justiça, proporcionalidade e imparcialidade, para que alguns não sejam privilegiados em detrimento de outros. Corrigindo as evasões, cremos que majorações de impostos futuras também tendem a ser reduzidas ou se tornarão desnecessárias”.
Neste sentido, a administração de Sebastião Quintão já mantém entendimentos com outra empresa da área de software, com o objetivo de substituir a atual, contratada na administração de Cecília Ferramenta.

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