Supermercados serão os mais afetados com a mudança; comerciantes esperam transtornos (Foto: André Almeida)
IPATINGA – A partir do dia 15 de novembro, a distribuição de sacolas plásticas será proibida na cidade, obedecendo a lei municipal nº 2790, que trata do assunto. Os consumidores e comerciantes, no entanto, reclamam da falta de orientação a respeito da legislação.
A lei estabelece que as sacolas que são distribuídas atualmente nos comércio da cidade sejam substituídas por embalagens biodegradáveis, que são aquelas confeccionadas com material que tenha capacidade de degradação acelerada por luz e calor e posterior capacidade de ser biodegradada por micro-organismos e os seus resíduos finais não sejam tóxicos ou prejudiciais ao meio ambiente.
O texto ainda estabelece que as empresas que descumprirem a lei estarão sujeitas à multas em dinheiro, suspensão e interdição do estabelecimento, no caso de irregularidades.
SEM CAMPANHA
A lei foi sancionada pelo prefeito Robson Gomes (PPS) em dezembro de 2010 e dava aos comerciantes ipatinguenses o período de um ano para adequação. O prazo, que venceu no fim do ano passado, no entanto, não pôde ser cumprido devido às alegações dos empresários de que houve falta de campanhas de conscientização da população por parte do Governo Municipal.
O vereador César Custódio (PT), que juntamente com Maria do Amparo (PDT) criou o projeto de lei, confirmou as alegações dos comerciantes. Ele disse que a Prefeitura não fez o trabalho de divulgação necessário para implementação da lei.
Campanhas de orientação começaram então a ser feitas na cidade por meio de outdoors, que foram espalhados em pontos estratégicos de Ipatinga. As propagandas estão sendo encabeçadas pela Associação Comercial de Ipatinga (Aciapi), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Associação Mineira de Supermercados (AMIS) e Sindicato do Comércio do Vale do Aço (Sindcomércio). Além das campanhas, foi desta equipe a responsabilidade de definir a data para que a lei entre em vigor na cidade.
APELO AMBIENTAL
Para o vice-presidente da Amis e presidente da Consul, Matusalém Dias Sampaio, a lei tem um grande apelo ambiental e por isso deverá ser bem recebida pela população. Ele adiantou que um evento marcado para o dia cinco de novembro irá lançar oficialmente a campanha em Ipatinga.
Mas Marino Ferreira, gerente de um supermercado na cidade, não está otimista com relação à novidade. Ele contou que a empresa onde trabalha já vem fazendo um trabalho de redução das sacolas plásticas, distribuindo caixas de papelão para os clientes e também vendendo sacolas retornáveis feitas de material reciclável a preços acessíveis. O supermercado ainda destacou um funcionário para realizar o acompanhamento do processo de mudança na distribuição das sacolas, mas, ainda assim, o gerente se prepara para a reação do público: “Vai gerar um grande transtorno com os clientes”, previu Marino.
ENTREGAS
Para o gerente, a propaganda nesses casos é de extrema importância. Com o intuito de tentar amenizar os efeitos da lei, os funcionários do supermercado estão orientando os clientes com relação à mudança a partir do dia 15.
Marino prevê ainda um grande aumento no serviço de entregas da empresa. Apesar de manter um grande estoque das sacolas atuais, o gerente afirmou que o supermercado está preparado para se adequar à determinação municipal.
A comissão formada por representantes dos comércios varejistas em Ipatinga está sugerindo que as sacolas biodegradáveis sejam vendidas nos estabelecimentos a preço de custo, pois segundo eles, o objetivo da lei não é obter lucro com a venda das embalagens. Em Belo Horizonte, onde a lei está em vigor desde o ano passado, o preço médio é de 0,20 centavos.
A lei não estabelece normas para o uso das sacolas transparentes distribuídas nos sacolões e nem de embalagens plásticas usadas no embalo de produtos congelados.
