Policia

Relação homossexual foi a causa de assassinato a facadas

Segundo a delegada Irene, para desvendar o crime foi necessário investigar a vida de Davi  
(Crédito: Gizelle Ferreira)

IPATINGA – A Polícia Civil de Ipatinga encerrou as investigações da morte de Davi Ramos Neres, 23 anos, assassinado a golpes de facas em março deste ano, e concluiu se tratar de um crime passional. Na última sexta-feira (7), um adolescente de 14 anos – que teria um relacionamento amoroso com a vítima – acabou confessando a autoria do crime.

Em seu depoimento o menor (que na ocasião do crime tinha 13 anos) disse que o motivo do assassinato é que estaria sendo assediado e ameaçado pela vítima caso ele não mantivesse relações sexuais com Davi. A delegada de Homicídios Irene Angélica, responsável pelo inquérito, disse não ter dúvidas de que Davi e o adolescente tinham um relacionamento amoroso, mas não acredita totalmente na versão apresentada pelo garoto. “A gente não tem motivos para acreditar nesta parte da versão dele porque Davi era um rapaz de bem com a vida, feliz, alegre. Ele tinha outros namorados, outros relacionamentos e em nenhuma das vastas entrevistas que fizemos apareceu que Davi tivesse necessidade de ameaçar alguém em troca de favores sexuais”, avaliou.


Então com 23 anos, Davi Neres foi assassinado com sete facadas

JAQUETA
Uma jaqueta encontrada no apartamento da vítima no dia crime era a melhor prova que a polícia poderia ter do assassino de Davi. A peça de roupa não foi reconhecida por nenhum parente da vítima e com ela foi possível chegar à compleição física do autor. Além do agasalho, a polícia tinha em mãos apenas depoimentos de algumas testemunhas que viram uma pessoa fugindo de bicicleta depois do crime, porém sem a informação se era um adulto ou um adolescente.

PREGRESSA
O trabalho da Polícia Civil foi meticuloso e a melhor forma encontrada pelos policiais para desvendar o crime foi investigar a própria vida da vítima e as histórias que a cercava. No decorrer das investigações uma equipe de detetives se deslocou para Governador Valadares – cidade para onde Davi ia com frequência – e lá colheram entrevistas com os amigos da vítima. “E destas entrevistas que fizemos a gente foi chegando a pessoas com quem ele tinha envolvimento, fomos descartando outros até chegar a esse rapazinho que era amigo da família de Davi. Foi um serviço meticuloso, e ressaltando a participação dos detetives Pedro e Daniel, que foram os responsáveis pela investigação”, diz a delegada.

ACAUTELAMENTO
Ainda esta semana a Delegacia de Homicídios irá encaminhar à justiça a conclusão do inquérito. A delegada Irene disse que não vai pleitear a internação provisória do menor confesso por entender que a permanência do adolescente que cometeu apenas um ato infracional, em um Centro de Medidas Socioeducativas, possa piorar sua situação e não reeducá-lo. “A gente sabe como são as nossas instituições. Se ele for internado vai conviver com gente com histórico muito pior que o dele, com vários homicídios, inúmeros assaltos, mas, não sei qual será o entendimento do Promotor da Infância e Juventude”, disse a delegada.

Irene ainda pondera que não é por causa disso que o menor confesso tenha que ficar impune do ato que cometeu, e acredita haver outros meios para que ele possa pagar pelo que fez. “Como a medida de semi-liberdade, prestação de serviço à comunidade. A gente não pode ficar com a impressão de que ele não vai pagar nada. Ele vai pagar o que a lei permite, mas, por enquanto ele permanece em liberdade”, finalizou.

CRIME
Davi Ramos Neres morreu assassinado em seu apartamento no bairro Bethânia no dia 16 de março deste ano. Foi golpeado com sete facadas. Quatro nas costas e três no tórax. Depois do crime o assassino foi visto subindo pelo telhado e fugindo de bicicleta.
Dados colhidos pela perícia técnica da Polícia Civil mostram que a vítima ainda tentou pedir socorro. A maçaneta da porta próxima ao local onde o corpo foi achado estava coberta pelo sangue de Davi.

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