Cultura

Prefeitura promete material

A igreja é um bem tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Município de Ipatinga, por meio de decreto de 1996

 

IPATINGA – Se depender do governo Robson Gomes (PPS), a histórica Capela do Ipaneminha vai ruir. Durante audiência realizada no Ministério Público, nesta sexta-feira (6), os representantes da Prefeitura de Ipatinga afirmaram não ter condições de arcar com as obra emergenciais da igreja São Vicente de Paula, tombada como Patrimônio Histórico, localizada na zona rural de Ipatinga.
De acordo com o padre José Enésio Pinheiro, que participou da reunião mediada pelo promotor Walter Freitas, o município não poderá utilizar o recurso do Fundo Municipal de Proteção ao Patrimônio Cultural de Ipatinga para viabilizar as reformas.
Luiz Henrique Alves, secretário de Cultura, Esporte e Lazer, alegou que, para utilizar as verbas do fundo, seria preciso a abertura de edital para apresentação de projetos, para depois de analisá-los e aprová-los incluir, entre eles, o da Capela.
Diante do impasse, a Prefeitura afirmou que poderá fornecer os materiais destinados às obras emergenciais de estabilização, orçados em R$ 14.589,37, mas disse que não se responsabilizará pela mão-de-obra. Nesse caso, o próprio padre executaria as obras. Contudo, o secretário não soube indicar quando os insumos poderão ser liberados. “Eles disseram que talvez será preciso fazer uma licitação para adquirir o material. Como a paróquia não possui recursos para efetuar a restauração, estou disposto a executar pessoalmente as obras emergenciais”, explicou o padre, que tem experiência como pedreiro e carpinteiro.
O promotor informou que vai aguardar até terça-feira (10) para que a Prefeitura informe ao Ministério Público quando vai entregar o material requisitado para as reformas emergenciais da igreja, antes que se aproxime o período chuvoso.
A responsabilidade pela restauração e manutenção da Igreja São Vicente de Paula, na comunidade do Ipaneminha, é da Igreja Católica (proprietária do bem, por meio da Paróquia e da Diocese) e, subsidiariamente, do Município de Ipatinga (ente público responsável pelo tombamento).
A intenção do pároco é evitar que o Ministério Público ajuíze uma ação civil pública contra a Prefeitura de Ipatinga e contra a Paróquia. O padre alegou que caso a situação caminhe para ação judicial, a paróquia não terá condições de pagar advogados.

INTERDIÇÃO
No início deste ano, a situação da infraestrutura da igreja se agravou depois que o beiral da frente do prédio caiu. A capela então foi interditada. O forro da igreja também está sofrendo com a ação de cupins e a pintura está velha. Os esteios e os suportes de baldrames de madeira apodreceram.
“Temos enfrentado problemas com a Prefeitura Municipal de Ipatinga, mas tenho me reunido com o povo nas casas para tratar da situação. E a Comissão da Paróquia São Pedro tem se esforçado para melhorar as condições da igreja”, contou o padre.

RESTAURAÇÃO

Um projeto de restauração da Igreja São Vicente de Paula foi elaborado por uma equipe do Unileste-MG. A execução do projeto custa R$ 500 mil, mas ainda não há cronograma para concretizar a obra.
A igreja é um bem tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Município de Ipatinga, por meio do decreto 3.580, de 03 de setembro de 1996. E é de propriedade e guarda da Diocese de Itabira Coronel Fabriciano.

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