Cultura

Precisamos de Mudanças

(*) Wanderson R. Monteiro

Chegamos ao fim de mais um pleito eleitoral. Chegamos ao fim de todo momento de agitação e todas as transformações causadas no momento da campanha, e olha que essas transformações foram muitas.

Em várias cidades do Brasil, o período eleitoral é um grande catalisador de mudanças, principalmente mudanças pessoais: em muitos casos, as pessoas se transformam completamente durante o período das campanhas políticas, se tornando completamente o oposto daquilo que demonstram ser em “períodos normais”. Inegavelmente, o período eleitoral traz muitas mudanças, mas, infelizmente, nem todas elas são agradáveis ou esperadas.

Com o fim do pleito eleitoral e a eleição dos novos prefeitos e vereadores, claramente, cada um dos candidatos vencedores irão ter muitas mudanças a fazer em suas cidades. Além das mudanças necessárias, os mesmos ainda terão o trabalho de tentar realizar suas promessas de campanha, onde muitas delas, se realizadas, contribuirão ainda mais para as transformações tão esperadas em inúmeras cidades brasileiras. Mas, uma das maiores mudanças que muitos esperam está relacionada não com o período pós campanha eleitoral, mas sim com a campanha eleitoral em si: em muitas cidades a maioria dos cidadãos anseiam por uma mudança radical na forma de se fazer as campanhas eleitorais.

Em muitas cidades a campanha eleitoral é marcada por, corrupção, rixas, provocações, agressões, tanto verbais como físicas, calúnias, difamações, e outras coisas mais que, além de serem imorais, várias delas também são crime. Infelizmente, muitos parecem pensar que durante o período eleitoral “vale tudo” para tentar vencer as eleições, buscando ver seus adversários destruídos, de todas formas possíveis, valendo-se de qualquer tipo de tática para alcançar seu intento. Mas o que tais pessoas parecem não querer enxergar é que a maior parte dos eleitores já estão cansados dessa forma de fazer campanha, e anseiam por uma mudança.

Ao reconhecermos essa triste realidade que envolve grande parte das campanhas eleitorais em nosso país, não é difícil de enxergarmos que tal forma de fazer política precisa ser mudado, não é difícil de enxergar que precisamos de drásticas mudanças nessa área, de forma que possamos ter campanhas eleitorais mais justas, seguras, e limpas, que prezam o compromisso com a verdade e o bem estar de todos. Esse é um sonho utópico que está começando a ser compartilhado por muitos, e que traria enormes mudanças se fosse colocado em prática por nossa classe política, e seus partidários, tendo um grande potencial para mudar a triste imagem que temos desse período.

(*) Wanderson R. Monteiro é bacharel em Teologia pelo ICP – Instituto Cristão de Pesquisas

São Sebastião do Anta – MG

dudu.slimpac2017@hotmail.com

Todos os dias é a mesma coisa: sangue, tiro, murro, chutes… até que a morte se materializa, pouco importando se é civil ou militar. Triste assistir o que se vive. Assim me pergunto, qual será o limite da estupidez humana? Ou não terá limites? Será que nos transformaremos em monstros predadores exterminando-nos uns aos outros simplesmente para satisfazer um desejo mórbido de matar? Em nome de que convicções um ser humano executa seu semelhante?

Será que poderíamos resumir tudo em uma pequena resposta que se dá pelo simples prazer em matar. Tenho e prefiro acreditar que a questão é mais complexa e que perpassa pela falta de civilidade, algo que vem se tornando a cada dia uma realidade mais gritante. Parece que estamos retrocedendo, querendo e pensando que podemos fazer justiça com as próprias mãos. Criando assim, um retrato fiel do desprestigio das instituições governamentais, que se verifica pela inércia e inoperância do Estado.

A sociedade tenta justificar estes atos como catarse de algum sofrimento moral ou físico que o sujeito tenha sofrido em algum momento de sua vida e nos faz entender, nas entrelinhas, que isso serve de gatilho para desencadear os mais diversos tipos de agressividade. Mas prefere esconder a necessidade do aprimoramento das dimensões humanas.

Está se tornando corrente justificar a cultura da violência, a culpa é sempre do outro, que insistimos em dizer que dissemina o ódio. E nós, será que agimos diferente, ou disseminamos também?

Mas infelizmente, é o que mais existe em nossa sociedade, que diga-se de passagem, é uma sociedade doente, que não valoriza a própria essência humana. Soma-se a isso a banalização da vida pela banalização da violência. Vamos nos acostumando a ela por ser tão frequente no nosso cotidiano. Assistimos na mídia todos os dias o relato de atos violentos e não paramos mais para refletir sobre uma notícia ou outra; e quando paramos, o fazemos apenas no momento em que ela acontece e depois seguimos nossa rotina e continuamos assimilando mais e mais violência como se já fosse parte de nossas vidas. Todos os dias assistimos pessoas morrendo, ora num alagamento, outras soterradas sob a lama, mulheres assassinadas, o tráfico de drogas aliciando menores, pedófilos atacando nas redes sociais… e ainda continuamos nossa rotina sem questionamentos, sem discussões, sem responsabilizar os culpados, sem buscar soluções.

Vivemos tensos e amedrontados sem pensar que não estamos preparados para suportar emocionalmente tanta violência ou racionalizá-la a tal ponto de não sermos tocados por ela.

Não se cura a violência com medidas paliativas, e nem tão pouco existe meio termo para ela. Precisamos reagir senão viveremos eternamente entre lágrimas e sem saber se o próximo será um de nós.

(*) Walber Gonçalves de Souza é professor e escritor.

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