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Policiais civis presos voltam a Ipatinga para nova audiência

 Policiais presos chegam ao fórum de Ipatinga: mais uma vez eles não depuseram e retornarão a Ipatinga em 11 de novembro    (Crédito: Comitê Rodrigo Neto)

IPATINGA – Foi realizada nesta segunda-feira (7) nova audiência de instrução dos policiais civis presos pela força-tarefa do Departamento de Homicídios Proteção à Pessoa (DHPP) de Belo Horizonte. A sessão foi uma continuação da audiência realizada na última quarta-feira (2), que não pôde ser concluída em razão do alto número de testemunhas arroladas.

Para a audiência foram intimados os investigadores Fabrício Quenupe, Elton Pereira da Costa e Ronaldo de Oliveira. Sobre os três recai a acusação de matar duas pessoas em 2010 e ocultar os cadáveres em uma área de zona rural de Santana do Paraíso. As vítimas seriam Marcos Vinícius Lopes de Oliveira, 18 anos, e Glauco Antônio Lourenço, de 22 anos, indivíduos com diversas passagens e que foram alvos de uma “limpeza social”, de acordo com as investigações da Polícia Civil de Belo Horizonte.

A sessão de ontem tinha como objetivo tomar o depoimento do restante das testemunhas de acusação, que não puderam ser ouvidas na primeira audiência, além das testemunhas de defesa e também dos suspeitos.

DELEGADO

Os trabalhos foram iniciados por volta das 9:00h e movimentaram o Fórum de Ipatinga. Os policiais chegaram ao Fórum momentos antes da hora marcada para o início da audiência de instrução e entraram pela porta da frente – a porta lateral, usada por eles na primeira audiência, não pôde ser usada devido a um evento em homenagem aos 50 anos do Massacre de Ipatinga que acontecia naquele momento no Fórum. O trio seguiu escoltado por policiais civis de Belo Horizonte para o terceiro pavimento da sede do Poder Judiciário, onde permaneceram durante todo o andamento da audiência.

Como novidade, foi arrolado como testemunha da acusação o delegado do DHPP, Delmes Rodrigues, responsável pelo inquérito que indiciou Fabrício, Elton e Ronaldo. Seu depoimento foi um dos mais longos, ultrapassando duas horas. Também foram ouvidas outras três testemunhas de acusação e menos da metade das testemunhas arroladas pela defesa dos três policiais.

SEM CENSURA

Logo pela manhã, os jornalistas que pretendiam acompanhar a sessão foram informados de que poderiam ter acesso a todas as dependências do Fórum, ao contrário do que ocorreu na última quarta-feira, quando os profissionais da imprensa foram proibidos de entrar na sede do Judiciário ipatinguense pelo juiz da Primeira Vara Criminal Thiago Grazziane Gandra. Ontem, o magistrado também não presidiu a audiência com os policiais, sendo substituído pela doutora Ludmila Lins Grillo.

A juíza conversou pessoalmente com os jornalistas presentes pouco antes do início da sessão e pediu apenas que as testemunhas tivessem suas imagens preservadas, o que foi acatado pelos repórteres.
Os trabalhos tiveram fim por volta das 21h, após cerca de 12 horas de audiência quase ininterruptas, sem que fossem ouvidas todas as testemunhas de defesa e nem mesmo os réus. Uma nova audiência de instrução foi marcada para 11 de novembro no Fórum de Ipatinga e a expectativa é de que, nesta ocasião, seja concluída a fase de tomada de depoimentos tanto da defesa quanto dos réus. Os três policiais civis retornaram ainda ontem para a Casa do Policial Civil, casa de custódia da instituição localizada em Belo Horizonte, onde ficam presos policiais civis suspeitos de crimes.

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