Cultura

Perna de Palco realiza Encontro de Solos Verbais e não Verbais

IPATINGA – O Grupo Perna de Palco realiza no próximo mês de agosto a 4ª Edição da Mostra SOLUS – Encontro de Solos Verbais e não Verbais, que traz aos palcos do Vale do Aço espetáculos com um só artista intérprete no palco.

“A mostra SOLUS nasceu de uma observação sobre as condições do fazer e da circulação dos espetáculos teatrais neste momento da arte cênica do Brasil. Ao mesmo tempo em que temos no país grandes produções, musicais, com artistas inseridos na mídia, temos no interior e nos grupos de trabalho, uma redução da equipe e espetáculos com linguagens distintas, se estruturando com um só artista em cena. Esse fazer facilita a circulação do espetáculo para outras praças e este foi o foco inicial da mostra”, diz a atriz e produtora teatral Luzia di Rezende.

Este ano, dentre os mais de 135 trabalhos inscritos, com representantes de 17 estados brasileiros e um trabalho solo de Moçambique, a curadoria definiu por uma mostra feminina. Serão cinco trabalhos que discutem o feminino e que mostram as pesquisas e trabalhos cênicos de atrizesartistas da dançainterpretes. “Esta programação ainda está sendo definida e será divulgada em breve”, ressalta Luzia.

O projeto tem o patrocínio da Usiminas e o apoio da Lei Estadual de Cultura.
O grande diferencial desse ano será a presença do jornalista e crítico de arte, Valmir Santos, que estará fazendo a mediação das conversas após os espetáculos, contribuindo para o blog e ministrando uma oficina.

Recepção crítica em artes cênicas
Um outro momento da 4ª Edição da Mostra SOLUS – Encontro de Solos Verbais e não Verbais é a Recepção Crítica em Artes Cênicas que tem o objetivo de partilhar ferramentas para análise dos principais elementos constitutivos da cena teatral e definir o panorama histórico da crítica no jornalismo brasileiro. A Recepção também vai sondar a imbricação com a universidade, discutir procedimentos técnicos, estilísticos e éticos do ofício e diagnosticar perplexidades e perspectivas sobre o presente.

A agenda é a seguinte:

7 de agosto, quarta
– As transformações do exercício da crítica no Brasil: das incursões de Machado, José de Alencar e outros romancistas à consolidação enquanto gênero jornalístico; a crítica de militância na fase de modernização dos modos de produzir e criar; a mão dupla com os departamentos universitários; o quanto dessa tradição ainda modula o fazer crítico. O desafio de circunscrever o pensamento em palavras; narrar, argumentar, fundamentar; da inteligibilidade, da coerência e da pertinácia do texto; ideologia e gosto pessoal; ir além da obra nas análises dos espetáculos; pisar os campos da filosofia, da psicanálise, da sociologia, da política e demais áreas correlatas; a distinção entre arte e cultura; a crítica é uma máscara?; observar a si enquanto observa; gerir os vícios da escrita e do olhar.

8 de agosto, quinta
– A dramaturgia expandida (corpo, espaço, texto) e a não-representação são algumas das estratégias criativas contemporâneas a contracenar com as tradições do drama; os continentes formais e conceituais; prospectar teorias para decodificar as adjacências poéticas da cena; a emoção de lidar com distanciamento. Os diferentes suportes e suas especificidades editoriais/estruturais: o jornal, a revista, o livro de ensaio, o blog, a revista eletrônica…; tamanho e documento: a vida em centímetros e o vasto espaço da web; como a profusão de opiniões nas redes sociais acende debate sobre o papel do crítico tradicional; a desqualificação do outro na triangulação artista-crítico-espectador; a geração de novos criadores implica a geração de novos críticos?
Prática: os participantes vão assistir a um espetáculo da programação, à noite, e enviar o texto para o ministrante até às 11h do dia seguinte.

9 de agosto, sexta

– O elogio à autocrítica; a cultura da crítica que transcende a si mesma, a seus pares e aos artistas, para ir de encontro ao cidadão, à cidade; a depressão do sistema jornalístico e as possibilidades de reinventar; exibição de trechos de documentários sobre montagens recentes.
Vagas: no máximo 20 pessoas
Público-alvo: artistas cênicos, estudantes de artes cênicas, de jornalismo e de letras; demais interessados em geral no fazer crítico.
Seleção: Por meio de carta de interesse com no máximo 20 linhas. Inscrição no site www.grupopernadepalco.com.br

Biografia

Valmir Santos é jornalista cultural desde 1992. Coautor do site Teatrojornal – Leituras de Cena (teatrojornal.com.br). Colabora com a revista Bravo! e o jornal Valor Econômico. Atuou na Folha de S.Paulo por dez anos. Escreveu históricos de grupos como Parlapatões (SP), Armazém Companhia de Teatro (RJ), Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz (RS) e Grupo XIX de Teatro (SP). Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da USP. Curador do Festival Recife do Teatro Nacional em 2011.

AGENDA

SOLUS – encontro de solos verbais e não verbais
Período: De 7 a 10 de agosto.
Local: Centro Cultural Usiminas
Horário: 20 horas
.
RECEPÇÃO CRÍTICA EM ARTES CÊNICAS
DIAS 07,08 E 09 DE AGOSTO
Horário: 14 hs as 17 hs
Local: Casa do Teatro Perna de Palco

OFICINA
Jornalista – Valmir Santos
Mais informações: http://soluspernadepalco.wordpress.com/
Tel: 31 3821-8776

Você também pode gostar

PHP Code Snippets Powered By : XYZScripts.com