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Para Aço Brasil, tarifa é retaliação e prejudica a indústria dos EUA

RIO – O Instituto Aço Brasil, que reúne as principais empresas do setor siderúrgico do País, presidido pelo CEO da Usiminas, Sérgio Leite, emitiu uma nota nesta segunda-feira sobre a decisão do presidente norte-americano Donald Trump de retomar as tarifas sobre o aço e alumínio. A medida atinge empresas do Brasil e Argentina. Trump alega que a política cambial adotada pelos dois países desvaloriza o Real e o Peso, fazendo com que os produtos brasileiros cheguem mais baratos ao mercado norte-americano, prejudicando os agricultores. A sobretaxa seria uma forma de compensar esta defasagem de preços.

Na avaliação do Instituto Aço Brasil, no entanto, a medida prejudica as empresas dos EUA, já que os produtos brasileiros exportados ao país são semi acabados utilizados como matéria prima pelas empresas norte-americanas.

Em nota o Aço Brasil diz que “recebe com perplexidade a decisão anunciada nesta segunda-feira pelo presidente dos EUA, Donald Trump, de restaurar as tarifas de importação de aço e alumínio provenientes do Brasil e da Argentina, sob o argumento de que estes países têm liderado uma desvalorização maciça de suas moedas, e que isso não é bom para os agricultores dos EUA”.

“O Instituto Aço Brasil – prossegue o posicionamento – reforça que o câmbio no País é livre, não havendo por parte do governo qualquer iniciativa no sentido de desvalorizar artificialmente o Real e a decisão de taxar o aço brasileiro como forma de “compensar” o agricultor americano é uma retaliação ao Brasil, que não condiz com as relações de parceria entre os dois países. Por último, tal decisão acaba por prejudicar a própria indústria produtora de aço americana, que necessita dos semiacabados exportados pelo Brasil para poder operar as suas usinas”.

ALTA EM AÇÕES E PREÇOS

A decisão do governo norte americano aconteceu quatro dias após as ações da Usiminas ampliarem a alta para cerca de 4%, figurando entre as maiores altas do Ibovespa, em sessão marcada por encontro da empresa com analistas e investidores.

Em nota a clientes, a equipe do Itaú BBA destacou que a siderúrgica anunciou aumento de 5% nos preços de aço para janeiro, além de estar implementando o aumento de 5% anunciado para o trimestre na última teleconferência de resultado.

“Hoje a Usiminas enxerga preços no mercado interno com um desconto de 5% versus a paridade (internacional), então a implementação dos 2 aumentos levaria os preços domésticos ao nível que consideram sustentável, de 5-10% de prêmio versus preços internacionais.”

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