Policia

Padrasto é suspeito de espancar criança de dois anos até a morte

“Se ela estiver apoiando ele, ela vai tomar cadeia também. Estou muito revoltado com o que aconteceu com meu neto. E a minha menina está mais do lado da família do companheiro do que com a gente. Ela vai ter que contar essa história direito, porque eu acho que ela está apoiando ele”.     Antônio Luiz Garcia, avô de Kaio.       (Foto: Gizelle Ferreira)

IPATINGA – A Polícia Civil de Ipatinga procura pelo principal suspeito de ter espancado um bebê até a morte na tarde do último domingo (25), no bairro Planalto.
O menino, de dois anos, Kaio Lucas Garcia Negris, foi agredido por seu padrasto Rainuenio Campidelis Correia, 24 anos, que está foragido.

O fato foi descoberto depois que o homem e a mãe da criança, Mirian Fortunato Garcia Negris, 25 anos, deixaram o menino no Pronto Socorro Municipal. Os médicos constataram que a criança já estava sem vida. O corpo do neném ainda apresentava diversos hematomas no tórax, dorso, braços, pernas, testa, nariz, boca e arranhões no pescoço.

Ainda conforme o médico pediatra que emitiu o laudo do atendimento, as lesões encontradas na criança teriam sido provocadas no dia anterior, ou seja, no sábado (24). Uma denúncia anônima dando conta de que a criança havia sido espancada um dia antes reforça o parecer do médico de que os ferimentos não eram do dia.

OMISSÃO
Estranhamente, nem o padrasto nem a mãe do bebê esperaram pelo resultado da consulta, o que levou funcionários da unidade a acionarem a polícia. Militares em diligência foram até onde a criança morava, na rua Cinco, no bairro Planalto, mas ninguém foi encontrado. Uma pista obtida no local levou os policiais até a mãe de Kaio, que estava na casa dos pais de seu companheiro, no bairro Esperança.

Contradizendo o parecer do médico que atendeu o menino, a mulher disse aos policiais que na manhã de domingo – quando teria deixado o filho com o marido para resolver assuntos particulares –, o bebê não apresentava nenhum hematoma ou ferimento. Mirian ainda relatou que, ao retornar para casa, por volta de 17h de domingo, encontrou o filho com os “olhos entreabertos e mole”, deitado em uma cama, quando então teria entrado em desespero, pedido ajuda e levado a criança ao HMI.

Ao questionar o marido sobre a situação da criança, o homem teria dito que colocou o bebê para dormir após dar-lhe uma colher de xarope. Porém a mulher não soube explicar por que não esperou pelo resultado do atendimento no hospital. Acusada de omissão de socorro, a mãe do bebê foi conduzida para a Delegacia de Polícia Civil, onde foi ouvida e liberada.

A delegada de homicídios, Irene Angélica Franco, já assumiu o caso, mas preferiu não comentar sobre o depoimento de Mirian e os rumos das investigações, para não atrapalhar o trabalho da polícia. Um familiar de Rainuenio, que pediu para não se identificar, disse que ele deverá se apresentar dentro de alguns dias, na presença de um advogado.

REVOLTA
Laudo do Instituto Médico Legal (IML) consta que Kaio foi agredido violentamente, o que lhe provocou, além dos ferimentos, uma hemorragia interna que o levou à morte. Tamanha crueldade do padrasto e a omissão da mãe do neném provocaram revolta até mesmo em seu avô materno. O pai de Mirim, Antônio Luiz Garcia, 65 anos, contou à reportagem que na noite de domingo Rainuenio foi até a casa dos pais, no Esperança, onde tomou banho, trocou de roupa, saiu e não mais voltou. “Então o pai dele e a mãe dele sabem onde ele está e a polícia tem que estar de cima dos dois. Vivo ou morto, nós queremos ele”, protesta.

Miriam e Rainuenio estão juntos há cerca de 1 ano. Antônio Luiz disse que a filha e o neto eram vítimas de constantes agressões de Rainuenio e acredita que a filha esteja acobertando os atos do companheiro. “Se ela estiver apoiando ele, ela vai tomar cadeia também. Estou muito revoltado com o que aconteceu com meu neto. E a minha menina está mais do lado da família do companheiro do que com a gente. Ela vai ter que contar essa história direito porque eu acho que ela está apoiando ele”, pontua o pai.

Kaio foi enterrado nesta segunda-feira (26), às 17h, no Cemitério Senhora da Paz.

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