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Otimista, presidente da Usiminas aposta em geração de resultados

Sérgio Leite, ao lado de Luiz Carlos Miranda, defendeu investimentos feitos na Usiminas: “O País é que não deu certo” (Créditos: Diário Popular)

IPATINGA – O presidente da Usiminas Sérgio Leite realizou nesta terça-feira um encontro com a imprensa regional para avaliar a situação da companhia e as medidas que estão sendo tomadas para alavancar a recuperação da empresa. Sérgio Leite lembrou que esta é uma das fases mais difíceis na história de operação da Usiminas, que teve um agravamento no início do ano, em função de dois fatores: a situação do caixa e da queda na geração de resultados.

Os problemas de caixa foram parcialmente resolvidos com o aumento de capital em R$ 1 bilhão, salientou. “Além disso, estamos concluindo a renegociação da dívida de R$ 7,2 bilhões , fruto da realização de investimentos no período de 2008 a 2014. Neste período foram realizados investimentos da ordem de R$ 14 bilhões, metade com recursos próprios e a outra metade através de financiamento. Estes investimentos, infelizmente não deram retorno, mas foi uma medida acertada, uma decisão tomada em função das expectativas de crescimento”, defendeu Sérgio Leite, arrematando: “O que não deu certo foi o País”.

Segundo ele, a dívida de R$ 7,2 bi está sendo reescalonada com um prazo de carência de 14 anos para o pagamento. “Equacionado o problema de caixa, o foco é a geração de resultados.”

NOVOS SAMURAIS
“Para isso, criamos o Grupos dos 10, inspirado nos samurais (grupo histórico que realizou treinamentos no Japão e foi responsável pelo início das operações da Usiminas). O Grupo dos 10 está sendo responsável pela adoção de uma série de medidas com o objetivo de reestruturar a companhia”.

Entre as medidas que o grupo está tomando, Leite elencou o Projeto Ipatinga, que tem o objetivo de otimizar os resultados na Usina de Ipatinga; o Projeto Cubatão, que desativou várias unidades produtivas e está comprando placas ao invés de comprar minério e carvão e tem o objetivo de tornar este modelo rentável; a reestruturação do setor de recursos humanos, entre outras.

ROTA DEFINIDA

Em relação à efetividade das medidas que estão sendo tomadas e sua eficácia para a recuperação da companhia, bem como o prazo para sua consolidação, Sérgio Leite foi enigmático. “Viver é um risco”, filosofou, dizendo que a ordem é não falar em crise, em queda.

“O grande desafio é ser sustentável num cenário adverso e ajustá-lo à realidade do mercado. Não se tem nenhuma garantia, mas estamos avançando. Nosso objetivo é chegar a um EBTIDA de R$ 100 milhões e isso tem data. Ainda não chegamos lá nos últimos dois meses, mas o importante é que temos um caminho, um plano, uma rota”, arrematou.

AVANÇOS

O presidente da Usiminas destacou que a companhia tem uma capacidade produtiva de 9,5 milhões de toneladas ano e que este ano não vai chegar a 4 milhões de toneladas, mas está avançando para retomar sua capacidade. “O resultado de junho foi o melhor do 1º semestre e julho foi ainda melhor. A boa notícia é que estamos avançando, o mercado está estabilizado e não tende a cair mais”, afirmou, salientando que as expectativas são de que as vendas no mercado interno melhorem no 2º semestre.

Indagado sobre os principais compradores do aço da Usiminas, Sérgio Leite disse que o foco principal é o mercado interno. “São 400 clientes ativos, todos afetados pela crise. O setor automotivo tem capacidade instalada para produzir de 5 milhões de veículos e este ano deve produzir 2 milhões. O setor de petróleo e gás está completamente parado”, relatou.

Entretanto, conforme Leite, as expectativas são boas. Da produção da Usiminas, 80% é destinada ao mercado interno e 20% é exportada. O que fica ano Brasil é destinado a três grupos de consumidores: o setor automotivo com 1/3, indústria de transformação com outro 1/3 e o restante é a distribuição no varejo, que são cerca de 400 clientes.

BONS VENTOS
“A economia está começando a reagir, o que deve demorar ainda algum tempo. Mas já dá sinais de recuperação. As medidas tomadas pelo presidente da Petrobras, Pedro Parente, também devem começar a surtir efeito em breve e isso vai ajudar o setor metal-mecânico e naval”, destacou.

Sobre as relações da Usiminas com a comunidade, Leite disse que a empresa mantém seu compromisso com as 28 cidades onde atua. E, particularmente no caso de Ipatinga, mantém importantes projetos, como aqueles mantidos pela Fundação são Francisco Xavier, entre os quais o HMC, o Colégio São Francisco, a Previdência que complementa a aposentadoria dos ex-funcionários; a atuação no campo cultural através do incentivo fiscal e as ações em conjunto com o poder público. “Alguns ativos, como terrenos, apartamentos, etc, realmente estamos vendendo, até porque é uma contribuição para a cidade que tem um território restrito, sem ter para onde crescer”, admitiu.

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