Opinião

O lixo do Elon Musk

O Falcon 9 foi lançado em 2015, na Flórida, para levar satélites. Abandonado no espaço, as previsões eram de que colidiria com a Lua, mas veio parar na Terra. No Brasil, mais especificamente

(*) Fernando Benedito Jr;

A Agência Espacial Brasileira disse que os metais caídos do céu numa propriedade no Paraná podem ser parte do foguete Falcon 9 da SpaceX, do bilionário Elon Musk, que esteve no Brasil recentemente e foi paparicado pelo presidente da República. Musk tornou-se o mais novo ídolo dos seguidores presidenciais por sua riqueza, sua desfaçatez com o meio ambiente e a pobreza. Tanto quanto o presidente Elon Musk é adorado em altar sagrado pelos negacionistas, mesmo aqueles que acreditam na terra plana. Para eles, Musk já provou isso.

Em nenhuma momento de sua visita, o bilionário se desculpou por jogar lixo espacial no quintal dos outros ou por destruir reservas ambientais em países onde a Spacex opera. Menos ainda as autoridades, que posaram orgulhosas ao seu lado para foto histórica. Ao contrário, Elon Musk foi cultuado por seus seguidores como um visionário que está ajudando a humanidade a encontrar novos caminhos para um futuro promissor, de preferência fora da Terra. A Terra será a sua sucateira, o depósito do lixo que vai nos enviar do espaço para fazermos reciclagem de material metalúrgico e nos nos tornamos uma grande potência em siderurgia de aço espacial. Eita, que home bão!

Não demora e teremos pedaços do Falcon 9 sendo vendidos como souvenirs sagrados, tal qual o avião russo abatido na Ucrânia. Aguardem.

Acaba logo tempo ruim.

(*) Fernando Benedito Jr. é editor do DP.

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