Policia

Mulher é denunciada por manter urubu em cativeiro

Maurício Oliveira/InterTv dos Vales

IPATINGA – Uma mulher foi encaminhada à Delegacia de Polícia Civil após ser flagrada com um urubu. O animal estava na residência de Lúcia de Oliveira Fonseca, de 49 anos, na rua Genezará, bairro Canaã. A ocorrência foi registrada na quinta-feira.

Zulu, como a ave foi batizada por Lúcia, foi encontrado por ela próximo a um rio. A mulher contou que a ave não tinha penas e estava doente.

“Comecei a cuidar dele e só depois vi que se tratava de um urubu, mas já havia me apegado. Ele veio em um momento muito difícil na minha vida, logo após a morte da minha mãe. Acredito que o animal é um presente dela, que foi deixado para mim”, afirmou Lúcia.

Uma denúncia anônima levou a Polícia Militar à residência da mulher. Segundo a denúncia, ela estaria mantendo um urubu em casa e o animal estaria amarrado, vivendo nos fundos do quintal. A ave vivia lá há cerca de quatro meses.

CASO ATÍPICO

O subtenente Wesley Chaves disse que apesar da ave estar bem tratada, mantê-la em cativeiro e sem licença ambiental configura um crime. A pena é de seis meses a um ano de reclusão e gera uma multa de cerca de R$ 500.

“Recebemos a denúncia no nosso portal da internet e ficamos surpresos por se tratar de um caso atípico. Vimos o amor que ela tem pelo bicho, compreendemos a história de Lúcia, mas é preciso cumprir a lei. Por isso ela foi detida e o animal apreendido. O delegado vai decidir o futuro do animal a curto prazo, depois de avaliar uma série de questões. Só depois saberemos se ela poderá continuar cuidando do bicho ou se ele será solto no seu habitat natural”, explicou.

Segundo o policial, Zulu será encaminhado ao veterinário para uma avaliação médica. Nesta avaliação, será possível constatar como foi feita a domesticação da ave e saber se ele está em boas condições de saúde. “De posse do laudo do profissional, o delegado poderá decidir se temporariamente o Zulu poderá continuar com Lúcia”, acrescentou.

ESCOLHA

Lúcia diz que não vai separar de Zulu. A auxiliar administrativo acredita que o animal é uma espécie de reencarnação da mãe, por isso ela afirma que vai lutar para ficar com animal, e somente vai abrir mão do bicho, caso a ave opte por deixá-la.

“Quem vai escolher qual será o seu destino, será o próprio Zulu, ele é o dono da sua liberdade, e vai decidir se quer ou não ficar comigo. Minha mãe deixou uma propriedade na zona rural de Ipatinga, vou pra lá com ele, e a escolha será feita. Vou respeitar caso ele prefira ficar na natureza”, reforçou.

A auxiliar conta que já teve que se mudar de uma casa, porque os vizinhos estavam reclamando de Zulu. Ela lamenta também que somente foi denunciada à Polícia Ambiental, após postar algumas fotos nas redes sociais ao lado do urubu. “As pessoas se incomodam com a felicidade dos outros”, concluiu.

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