Policia

MP pede que cabo Victor seja levado a julgamento

IPATINGA – O Ministério Público pediu nesta quarta-feira (11) que o policial militar Victor Emmanuel Miranda de Andrade, o cabo Victor, seja levado a júri popular pela morte de Cleidson Mendes Nascimento em 2011. O PM é o principal suspeito do homicídio e encontra-se preso desde abril pelo crime.

Cleidson, também conhecido como Cabeça, foi assassinado a tiros em setembro de 2011 no bairro Canaãzinho, em Ipatinga. O rapaz era testemunha de um inquérito policial que investigou a morte do comerciante Ricardo de Souza Garito, assassinado a tiros em 2007 também no bairro Canaãzinho. No homicídio do comerciante, o cabo Victor foi apontado como sendo o autor dos tiros, enquanto outro policial militar teria sido o mandante, pois estava indignado com o fato de Ricardo ter se envolvido com sua ex-mulher. Ricardo foi executado com três tiros na cabeça e um no pescoço.

Cabeça foi morto aos 26 anos dias antes de prestar novos esclarecimentos sobre o caso. Ele levou dois tiros no lado direito do ombro e testemunhas na época relataram que o rapaz foi assassinado por dois atiradores sobre uma
motocicleta.

O caso foi investigado pelo Departamento de Homicídio de Belo Horizonte, que não teve dúvidas em apontar Victor como autor intelectual e executor de Cleidson, indiciando pelo crime de homicídio qualificado. No dia 25 de abril, o militar foi preso na cidade de Lavras, para onde havia sido transferido após seu nome aparecer como suspeito em mais de uma dezena de assassinatos na cidade. Atualmente, ele se encontra recolhido em um quartel da PM na capital mineira.

O pedido de levar Victor Emmanuel a júri partiu da promotoria de Justiça de Ipatinga após o processo em que Victor figura como réu entrar em sua penúltima fase: a das alegações finais. Nesta etapa, a acusação se manifesta sobre levar ou não o acusado a júri, enquanto a defesa tenta argumentar que as provas não são suficientes para levar o cliente ao Conselho de Sentença.

A decisão caberá à juíza Ludmila Lins Grilo, da 1ª Vara Criminal de Ipatinga, que irá se pronunciar na última fase processual: a da pronúncia, no caso de júri, ou impronúncia, se Victor não for levado a julgamento.
O militar aparece como réu em seis processos criminais na comarca de Ipatinga, sendo todos assassinatos ocorridos entre 2005 e 2011. O PM chegou a ser julgado em 2012 pelo assassinato de Admar de Almeida Pereira, 20 anos, morto a tiros em 2005, mas foi absolvido por inconsistência de provas.


PM presta depoimento em audiência de instrução
IPATINGA
– No próximo dia 17 de dezembro, o cabo Victor participa da primeira audiência judicial do caso Eduardo Luiz da Costa, assassinado no bairro Jardim Panorama em agosto de 2007. Serão ouvidas testemunhas de acusação e defesa, além do próprio PM.

Segundo as investigações, Eduardo foi morto a mando de Joaquim Pereira de Moura, coiote que agenciava viagens para os Estados Unidos. A vítima teria contraído uma dívida de R$ 12 mil com o atravessador, em virtude de uma viagem à América e, ao retornar o Brasil, não conseguiu quitar o débito.
Outro fator que teria levado Joaquim a encomendar a morte de Eduardo era o fato de que a vítima mantinha um relacionamento amoroso com uma ex-companheira do irmão do coiote: Amarildo Pereira de Moura, PM assassinato em fevereiro deste ano.

De acordo com as investigações, Joaquim também seria amigo íntimo de Victor Emmanuel e teria pedido a ele que executasse o homem. O Departamento chegou à conclusão de que o trio – Victor, Joaquim e Amarildo – planejou o assassinato e indiciou os dois primeiros por homicídio qualificado.
Joaquim Pereira de Moura se encontra foragido desde então, mesmo tendo em seu nome um mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça. Caso seja preso até a data da audiência, também será ouvido na comarca de Ipatinga.

 


Réu no processo, Joaquim Pereira de Moura está foragido

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