Policia

Irmão do cabo Amarildo é condenado a 21 anos de prisão

CRÉDITOS: Gizelle Ferreira

Por Gizelle Ferreira

IPATINGA – Um assassinato de grande repercussão foi levado a Júri Popular nesta segunda-feira (22), no Fórum de Ipatinga. Em uma aparição repentina no próprio julgamento, o fugitivo Geraldino Pereira de Moura, acusado de matar Sebastião Ludovino de Siqueira, 66 anos, em fevereiro de 2013, foi condenado a 21 anos e quatro meses de prisão. Ninguém esperava pela presença do réu, que desde à época do crime, encontrava-se foragido da justiça.

O julgamento foi presidido pelo juiz Antônio Augusto Calaes, da 2ª Vara Criminal, e teve como acusação o promotor de justiça de Teófilo Otoni, Hélio Pedro Soares. A defesa do réu foi feita pelo advogado de defesa Renato Lopes Costa, que nas primeiras horas do julgamento tentou uma artimanha para conseguir reforçar a teoria de que Geraldino era inocente.

VINGANÇA
Sebastião foi assassinado em 22 de fevereiro de 2013 na porta de sua casa, no bairro Águas Claras, em Santana do Paraíso. A vítima estava em casa quando foi chamada pelo nome. Ao atender, Ludovino foi surpreendido e executado a tiros.

Sebastião Ludovino era pai de Daniel Wattson Costa Siqueira, condenado a 12 anos por participação no assassinato do cabo da Polícia Militar, Amarildo Pereira de Moura, irmão de Geraldino. Na ocasião da morte do pai, Daniel era procurado pela polícia, e tinha contra ele um mandado de prisão em aberto. De acordo com o inquérito da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Belo Horizonte, Sebastião foi morto para forçar Daniel a aparecer e, consequentemente, ser detido ou também assassinado.

ACUSAÇÃO E DEFESA
A defesa de Geraldino chegou ao tribunal com a tese de negativa de autoria (inocência) e tentou utilizar uma estratégia arriscada perante os jurados. Uma testemunha que nunca tinha sido ouvida pela Polícia Civil, nem na fase de instrução (juízo), apareceu repentinamente no julgamento de ontem e afirmou que não teria sido o réu o autor da morte de Sebastião.

O depoimento da testemunha foi contestado pelo Ministério Público (MP), que questionou por que somente agora ela veio a público apresentar uma nova versão dos fatos, e quem então ela teria visto, se não Geraldino.
O promotor de Justiça Hélio Pedro conseguiu derrubar o álibi do acusado. Geraldino disse que no dia do crime ele estava em uma fazenda em Antônio Dias, de onde havia recebido uma ligação. “No entanto, como não há nos autos a hora exata da morte, é possível ele ter matado Ludovino, ter chegado à fazenda e ainda ter recebido a ligação. A estratégia não convenceu os jurados”, disse o promotor.

JURAS DE VINGANÇA

Outra prova que consta no processo é o testemunho de uma pessoa que teria dito que no dia do velório do cabo Amarildo, Geraldino prometeu vingança e que “um inocente iria morrer para forçar o outro (Daniel) aparecer”. “Eu esperava esta condenação. Foi justa, diante de um crime bárbaro como este. Matar um inocente em sua própria casa é um crime sem precedentes”, finalizou o promotor.

A reportagem do Diário Popular não conseguiu conversar com o advogado de Geraldino, que saiu às pressas do tribunal. Após o julgamento, o réu foi levado para a Delegacia de Polícia Civil para prestar depoimento, e em seguida encaminhado para Penitenciária Dênio Moreira de Carvalho, onde já começa a cumprir a pena.



Família será julgada na quinta pela morte de Simone Agapito

IPATINGA – Na quinta-feira (25) uma família de quatro pessoas será julgada por um assassinato em uma lanchonete de açaí em 2013. Serão julgados José Ivanil Santana, Rosiane Noemi de Souza, Santana, Roberson Flávio Santana e Andrea Fabiana Barbosa Paiva. Porém, somente o primeiro réu deverá estar presente, já que os outros réus estão foragidos da justiça. José Ivanil está sob custódia na Casa do Policial Civil, em Belo Horizonte.
A ausência dos demais réus não exime o judiciário de realizar o júri. Se condenados, eles cumprirão a pena a partir do momento em que forem encontrados ou se apresentarem espontaneamente à justiça. A defesa de José Ivanil tentou que ele respondesse ao crime separadamente dos demais, mas o pedido foi negado.

O CRIME
A família responde pela morte de Simone Agapito da Silva, 36 anos, e pela tentativa de homicídio contra a irmã dela, Elen Cristina Agapito, 32 anos. José Ivanil é suspeito de dar cobertura aos demais envolvidos no crime. As duas irmãs foram esfaqueadas, mas somente Elen sobreviveu. O julgamento está marcado para as 9h, e o Ministério Público será representado também pelo promotor de justiça Hélio Pedro Soares.

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