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Ipatinga registra casos de leishmaniose visceral

IPATINGA – O município vive um surto de leishmaniose visceral canina que tem atacado diversos animais e representa um grande risco para os humanos. As primeiras informações sobre os casos de leishmaniose estão sendo identificadas em lojas de venda de produtos agroveterinários e pet shops, onde os donos de animais buscam as primeiras medidas para tentar “curar” os cães. Alguns sintomas que estão associados à doença e que podem levar o proprietário a desconfiar da enfermidade no animal são: perda de peso, falta de apetite, apatia, debilidade, feridas de pele que não cicatrizam, feridas nos bordos das orelhas, lesões oculares e falta de pêlo à volta dos olhos.

Nos humanos os sintomas são: descamação seca da pele, pelos quebradiços, nódulos na pele, úlceras, febre, atrofia muscular, fraqueza, anorexia, falta de apetite, vômito, diarreia, lesões oculares e sangramentos. Nas formas mais graves, a Leishmaniose pode acarretar anemia e outras doenças imunes.

CONTROLE

Segundo a médica veterinária Shara Regina da Silva, mestre e doutoranda em Ciências com ênfase em leishmaniose visceral canina e voluntária da ONG Meu Amigo Cão, em Ipatinga existem casos caninos de leishmaniose visceral, alguns surgidos na cidade e outros podem ter se originado em outros lugares. Também há registros de contaminação de humanos, inclusive, com óbitos.

Para evitar a doença, adotam-se três medidas de controle baseadas no Ministério da Saúde: o controle da população do mosquito-palha com o uso de inseticida e fazendo manejo ambiental; eutanásia de cães infectados e diagnóstico precoce dos casos humanos.

Ela informou que o Departamento de Zoonoses da Prefeitura de Ipatinga disponibiliza um teste gratuito para cães, que pode ser feito a pedido do próprio dono do animal. O exame é uma obrigação do município, já que toda cidade em que há registro de transmissão da doença precisa seguir essa medida. Na cidade, a central de Zoonoses também faz a eutanásia dos cães infectados como forma de profilaxia da doença.

CASOS
Conforme a Prefeitura de Ipatinga, até a última quarta-feira (22), duas pessoas tiveram o diagnóstico positivo para a leishmaniose visceral e estão em tratamento na rede municipal de saúde. No ano passado, o município registrou 12 casos da doença, não contagiosa, causada por parasita (protozoário Leishmania chagasi) e que pode afetar o fígado, baço e medula óssea. Os primeiros registros da doença foram verificados em 2011 – 2 casos. Em 2012, foram quatro notificações.

MEDIDAS
Casos suspeitos da doença devem ser comunicados à Secretaria Municipal de Saúde, via unidade básica de saúde (pessoas com sintomas) e seção de Controle de Zoonoses (animais com suspeita da doença).
Como forma de efetivo controle da doença, uma vez registrado um caso suspeito, técnicos da seção de Controle de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde montam uma armadilha para a captura do mosquito vetor e realizam o tratamento químico no local. Todos os cães num raio de 300 metros também são testados para a doença.

COMBATE E PREVENÇÃO
Como ações de combate e controle da doença, a Prefeitura de Ipatinga intensificou o treinamento de profissionais e ações educativas. Em dezembro passado, pelo menos 500 profissionais de níveis superior, técnico e fundamental receberam instruções para identificar e atender casos e orientar a comunidade sobre prevenção. Ainda em 2013, a Secretaria de Saúde de Ipatinga realizou testes rápidos para detecção da doença em mais de 2,1 mil cães, o que representa cerca de 15% da população canina estimada para o município. Desde 2013, o município conta com uma equipe para tratar especificamente do combate e controle da doença.

TRANSMISSÃO
A doença não é transmitida de um cão infectado para um cão sadio. A transmissão só ocorre quando o animal é picado pelo mosquito infectado e uma vez doente, o cão não oferece risco para outros animais e nem mesmo para ser humano. Desta forma, o homem só pode ser infectado, se também for picado por um flebótomo contaminado. Os gatos não são acometidos por esta patologia.

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