Cidades

Ipatinga recebe espetáculo premiado “Chão de Pequenos”

A peça, que já circulou em diversas regiões do Brasil e também em festivais internacionais, aborda assuntos como abandono parental, luta de classes, preconceito social e racismo

IPATINGA – O espetáculo Chão de Pequenos, da Companhia Negra de Teatro, discute intolerância e preconceito por meio da história de dois jovens abandonados por suas famílias, a partir de uma dramaturgia baseada em histórias reais colhidas em pesquisas e entrevistas da equipe com várias famílias e pessoas relacionadas com o tema da adoção. O espetáculo atualmente é finalista do 5º Prêmio Sinparc de Artes Cênicas em sete categorias: Texto Inédito, Espetáculo, Diretor, Aotr, Ator Coadjuvante, Criação de Luz e Trilha Sonora.

Formada pelo ator e diretor Felipe Soares, pelo ator e iluminador Eliezer Sampaio e com colaboração artística do ator Ramon Brant, a Companhia Negra de Teatro tem circulado pelo Brasil e pelo exterior com o espetáculo Chão de Pequenos, que tem direção de Tiago Gambogi e Zé Walter Albinati.

ENREDO

No palco, os atores contam a história de dois jovens, Lucas Silva e Pedro Henrique, entre a infância e a adolescência, marcados pela orfandade e o abandono da própria família. Dos orfanatos às ruas das grandes cidades, a fábula dos garotos revela a importância da empatia, do diálogo e do afeto nos dias de hoje, numa sociedade marcada pela intolerância e pelo preconceito. “Acredito que o espetáculo contribui para que o tema da adoção tenha mais visibilidade e que a discussão se estabeleça também por meio da arte”, diz Ramon. “O espetáculo é, antes de tudo, sobre amizade. Sobre o encontro que presentifica o cuidado no trato com o outro. Sobre querer ser visto em um mundo de visão anestesiada. Existimos por causa dos outros, para os outros, por nós”, completa.

PRECONCEITO

Na trajetória da Companhia Negra de Teatro, os artistas contam também com o apoio de outros colaboradores empenhados em discussões sobre questões raciais no Brasil. Em Chão de Pequenos destaca-se a colaboração da escritora Ana Maria Gonçalves – autora do premiado romance Um Defeito de Cor – que tem textos utilizados na peça. As performances do grupo são sempre autorais e questionam problemas sociais graves, como o racismo e as desigualdades sociais.

“Neste espetáculo abordamos o fato de negros serem mais preteridos do que os brancos no momento de uma adoção”, conta Felipe Soares. O artista destaca ainda outra performance do grupo, chamada Invisibilidade Social, em que uma pessoa negra se deita no chão vestindo um terno e segurando uma pasta, elementos suficientes para recepções muito inusitadas da parte do público. “É muito raro que se humanize um corpo negro deitado no chão da cidade com esse tipo de roupa – houve um dia em que até chamaram a polícia durante a performance. Se o corpo deitado no chão fosse de uma pessoa branca, as reações seriam completamente diferentes”, diz o artista.

SERVIÇO

• Espetáculo “Chão de Pequenos” – 26 de Outubro, 20h00 no Teatro Zélia Olguin (ingressos na bilheteria do Centro Cultural Usiminas)

Vendas na bilheteria e site www.eventim.com.br: R$ 10 ingresso solidário mediante doação de 1kg de alimento não perecível ou material de limpeza no dia do evento.

• Oficina/Vivência com os atores – 26 de Outubro, 13h00 às 16h00, no Espaço Hibridus

(Inscrições: 9 9384.4243)

R$ 20 (inteira) R$ 10 (meia-entrada para estudantes, professores, menores de 18 anos, maiores de 60, colaboradores Usiminas, Unigal, Mineração Usiminas, Soluções Usiminas e Fundação São Francisco Xavier)

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