Cidades

Ipatinga intensifica ações contra a Leishmaniose

SECOM PMI

IPATINGA – Restos de frutas e cascas de legumes usados como adubo na horta doméstica, folhagens e podas acumuladas e deixadas no quintal. Ração e fezes de animais, como canis, galinheiros e outros não recolhidos. Até mesmo uma fruta que cai do pé e é deixada embaixo da árvore. Estes são alguns pequenos descuidos que podem tornar o ambiente propício para a proliferação do mosquito “palha”, transmissor da Leishmaniose Visceral.

A doença é grave, afeta principalmente os órgãos internos e se não for tratada pode levar à morte. Em Ipatinga, de janeiro a julho deste ano, foram 30 casos diagnosticados, sendo dois recidivos (pacientes que desenvolveram a doença novamente) e cinco óbitos. Em 2014 foram 46 casos e dois óbitos, contra 12 registros e um óbito em 2013. Crianças menores de cinco anos, adultos acima de 55 anos e pessoas com doenças associadas (diabetes, hipertensão, transplantados, imunodeprimidos etc) são mais suscetíveis para a doença e complicações.

Os principais sintomas em humanos são: febre acima de 38º por mais de 15 dias, perda de apetite, fraqueza e emagrecimento, palidez e apatia podendo haver aumento da barriga por crescimento do baço e fígado. Em caso de dois ou mais sintomas, a orientação é procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima.

Diretora do departamento de Vigilância em Saúde, Telma Semirames, explica que desde 2013, o município mantém uma agenda permanente de atualização dos profissionais da Saúde para o diagnóstico e tratamento precoces. Adquiriu equipamentos, ampliou equipes para o controle, intensificou a testagem de cães e realiza rodas de conversas periódicas com a comunidade para esclarecer sobre a doença e sua prevenção.


Recusa ao bloqueio químico agrava perigo de contaminação

O grande número de recusas das visitas domiciliares e ações de bloqueio químico do “mosquito palha” é outro agravante para o controle da Leishmaniose Visceral. O trabalho é feito nas residências com casos humanos confirmados e áreas vizinhas, num raio de até 150 metros. Os agentes de endemias do município testam os cães da redondeza para a doença e fazem a borrifação química dentro e fora das residências.

De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde em 2015 foram agendadas 446 borrifações, mas apenas 142 realizadas. Supervisor de Pontos Estratégicos, Igor Gandra, explica que ao recusar a borrifação, o foco do mosquito transmissor permanece dentro da residência, podendo infectar outras pessoas e animais. O inseto é minúsculo, praticamente invisível ao olho nu, tem voo curto e vive “escondido”.

“A aplicação é feita nas paredes e tetos, exige que móveis sejam afastados, gerando um transtorno. Muita gente recusa o serviço, mas pode colocar a sua saúde e da sua família em risco”, explica o profissional, lembrando que inseticidas convencionais não ‘matam’ o mosquito.

SERVIÇOS

Teste rápido para animais, orientação e agendamento de ações educativas.
Centro de Controle de Zoonoses de Ipatinga
Av. Simon Bolívar, 798, Cidade Nobre
Atendimento: segunda a sexta-feira, de 7h30 às 15h30.
Telefone: (31) 3829-8383 ou 8313.

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