Cultura

Inspirada na obra de Manoel de Barros, “Quintal” entra em cartaz no Zélia Olguin

O projeto é uma realização do Galpão Cine Horto: poesia de Manoel de Barros foi analisada   (Crédito: Guto Muniz)

IPATINGA – Nos dias 20 e 21/10, às 20h, em cartaz o espetáculo “Quintal” no Teatro Zélia Olguin. Os ingressos (R$ 10 inteira e R$ 5 meia) antecipados, podem ser adquiridos na bilheteria do Centro Cultural Usiminas ou uma hora antes do espetáculo na bilheteria do Zélia Olguin.
Os atores formados pelo Centro de Formação Artística do Palácio das Artes (CEFAR), João Filho e Francis Severino partiram de um interesse comum, o trabalho do ator, para a criação do espetáculo Quintal. Apoiados na obra do poeta mato-grossense Manoel de Barros, os dois jovens atores uniram-se ao diretor Joaquim Elias, apreciador da poesia manoelina. Em 1998, Joaquim Elias trabalhou com os escritos de Manoel de Barros para a montagem do espetáculo de dança “Um alarme para o silêncio”.
A escolha pela obra de Manoel de Barros partiu do desejo do grupo de exercitar cenicamente as imagens presentes em sua poesia, pouco investigada no teatro. Levando em consideração o rico material textual criado pelo autor, o grupo optou por uma dramaturgia própria, livremente inspirada na obra do poeta, criada por João Filho, que integra o elenco. “Foi um desafio mergulhar na poética de Manoel de Barros na tentativa de provocar imagens, sons e cheiros, presentes em seus versos, e transformá-los em texto cênico. Sua obra tem um trato minimalista, que dá importância a coisas aparentemente inúteis, e nos preocupamos em transportar isso para o espetáculo”, afirma João Filho.
O resultado dessa pesquisa é um Quintal concebido como um espaço mítico, daí suas inúmeras possibilidades de significado. Trata-se de um lugar inventado, onde presente, passado, futuro, sonhos e fantasias se misturam criando um jogo em que a imaginação tem mais sentido que a razão. Dois irmãos, Joaquim e Pedro, ligados pela falta do pai que deveria chegar para cuidá-los, visitam suas infâncias, juntos e separados, um mundo pequeno e grande ao mesmo tempo, na “presença da ausência” dessa figura paterna.
Em janeiro de 2012, a Cia teve um breve e intenso encontro com o ator e dramaturgo Gero Camilo. Para o grupo, a colaboração do renomado ator foi fundamental para o desfecho do processo e um refinamento dramatúrgico no processo de criação. “Além de vivenciarmos um encontro que motivou toda a equipe para seguir no caminho em que o material apontava – o caminho da simplicidade -, trabalhamos possibilidades de entendimento dramatúrgico e estados cênicos”, afirma João Filho. O encontro, proporcionado pelo Galpão Cine Horto, foi um momento de rever a encenação e ajustar os últimos detalhes na adaptação da cena para espetáculo. “A urgência, a delicadeza e os rompantes da criação foram pesquisados em busca de uma encenação coerente com a precariedade dos versos de Manoel de Barros”, completa Filho.
O projeto é uma realização do Galpão Cine Horto, centro cultural do Grupo Galpão, com patrocínio do Ministério da Cultura, Governo de Minas, Cemig, Secretaria de Estado da Cultura de Minas Gerais e Usiminas, apoio cultural do Instituto Unimed-BH e Instituto Cultural Usiminas, por meio das Leis Estadual e Federal de Incentivo à Cultura e contemplado pelo Ministério da Cultura e Funarte, através do prêmio Procultura de Estímulo a Dança, Circo e Teatro 2010.

SINOPSE DO ESPETÁCULO
Das bordas de um quintal, donde passa um rio, um mar e outras coisinhas. Dois irmãos, ligados pela falta do pai, visitam suas infâncias. Quintal traz o resultado de uma pesquisa sobre a poesia manoelina e, a partir dela, uma investigação sobre o sujeito-ator em contato com uma dramaturgia construída por ele mesmo.

Serviço:
‘Quintal’
Dias: 20 e 21 de outubro, às 20h
Local: Teatro Zélia Olguin – Cariru
Duração: 1h
Classificação: livre
Entrada: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)

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