Cidades

HMC inicia serviço de Oncologia Pediátrica

Os médicos Nonato Lott Monteiro e Lucas Teiichi Macedo estão à frente dos trabalhos, que integra uma equipe multidisciplinar

IPATINGA
– O câncer infanto-juvenil representa a segunda causa de mortalidade entre crianças e adolescentes de 0 a 19 anos, perdendo apenas para os acidentes. Em 2014, a estimativa de diagnóstico nesse público foi de 12 mil casos por ano, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), sendo que a região sudeste responde por cerca de 5.600 novos casos. Na macrorregião Leste de Minas Gerais, a injeção de ânimo para o tratamento desse quadro está no pioneirismo da Fundação São Francisco Xavier (FSFX), braço social da Usiminas, ao dar início às atividades do serviço de Oncologia Pediátrica no Hospital Márcio Cunha.

PRIMEIROS PACIENTES
Os três primeiros pacientes infantis, um pelo convênio e dois pelo Sistema Único de Saúde (SUS), já iniciaram o tratamento com quimioterapia no 6º andar da Unidade I do HMC, destinado à Pediatria. Posteriormente, serão realizados tratamentos com radioterapia e cirurgia oncológica pediátrica.

Segundo o oncologista pediátrico Lucas Teiichi, o serviço minimiza os transtornos ocasionados pelos longos deslocamentos demandados às famílias de crianças e adolescentes até 19 anos, que atualmente precisam buscar auxílio em outras cidades como Belo Horizonte e São Paulo. “O tratamento oncológico já é um tratamento prolongado e muitas vezes apresenta efeitos colaterais. Nosso objetivo é que ele interfira, o mínimo possível, na rotina de vida desta criança, para que não ocorram prejuízos em seu desenvolvimento, aprendizado e convívio social”, completa.

DEMANDA

Com base nos dados apontados pela demanda regional, estima-se a realização de 116 atendimentos/mês, com previsão de uma média superior a 100 novos casos por ano. A estruturação da Oncologia Pediátrica do HMC atenderá 85 municípios que compõem a macrorregião Leste, com população aproximada de 1,47 milhões de habitantes. O prazo de atendimento dos pacientes encaminhados, a partir da data do diagnóstico, será de 15 dias para a primeira consulta e de 45 dias para início do tratamento.

Vale ressaltar que a macrorregião nordeste de Minas, que tem a cidade de Teófilo Otoni como polo e conta com 57 municípios e população superior a 800 mil habitantes, também não possui unidade de Oncologia Pediátrica. Possivelmente, grande parte da demanda dessa macrorregião poderá ainda ser absorvida pelo Hospital Márcio Cunha.

O câncer infantil

Considerada uma doença rara, o câncer infanto-juvenil apresenta características histopatológicas próprias e têm, em sua maioria, curtos períodos de latência. Apesar de serem mais agressivos e crescerem rapidamente, a boa notícia é que, diferente do público adulto, a taxa de cura em crianças chega a 70% e, em algumas delas, os índices ultrapassam os 90%.

No adulto, em muitas situações, o surgimento do câncer está associado a fatores externos como, por exemplo, a relação entre o fumo e o câncer de pulmão. Nas malignidades da infância, não se observa essa associação. Logo, a prevenção é um desafio para o futuro. A ênfase atual deve ser dada ao diagnóstico precoce. Quanto mais cedo identificado o problema, mais leve será a terapia e maior a chance de cura. O mais importante é que os pais levem seus filhos periodicamente ao pediatra para consultas de rotina. Esse profissional está apto a identificar possíveis sinais de câncer e a encaminhar para um especialista em oncologia infantil.

Tratamento exige equipe preparada e experiente

O sucesso do tratamento oncológico é decorrente do trabalho com foco na interdisciplinaridade de profissionais, que atuam de maneira integrada e com o olhar totalmente voltado às especificidades do paciente. Além dos pediatras oncologistas, integram a equipe outros especialistas como psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, nutricionista, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, enfermeiros, técnicos de enfermagem e, futuramente, um pedagogo. São profissionais com formação e experiência, apoiados no que há de mais moderno em tecnologia para diagnóstico, tratamento e reabilitação. As terapias são individualizadas e variam de criança para criança.

“Em virtude do bom desempenho terapêutico, um dos focos assistenciais é a humanização do tratamento. Uma vez que a criança e sua família reorganizam-se para enfrentar a doença e manifestam seus sentimentos de angústia e sofrimento, o HMC tem por premissa ofertar aos pais e pacientes as informações necessárias à adesão ao tratamento de forma menos impactante possível”, explica o superintendente do Hospital Márcio Cunha, Mauro Oscar Soares de Souza Lima. Ele acrescenta que, na prática clínica, observa-se que quanto maior o grau de informação, maior a aderência ao tratamento.

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