Cidades

Grevistas fazem protesto na Carlos Chagas; PMI vê interesse eleitoral


Durante o ato na avenida Carlos Chagas, o sindicato criticou a obra de recapeamento, que considera "desnecessária"

 

IPATINGA – Os servidores da Prefeitura de Ipatinga que completam nesta sexta-feira 11 dias de greve fizeram manifestação nesta quinta-feira (30) na rotatória do bairro Cidade Nobre para protestar contra a política salarial da administração. O Sindicato dos Servidores Públicos de Ipatinga (Sintserpi) aproveitou para criticar as obras que estão sendo feitas na avenida Carlos Chagas, alegando que “são obras eleitoreiras e desnecessárias, enquanto os funcionários passam dificuldades por falta de pagamento”. Eles também criticaram a situação das unidades básicas de saúde – grande parte dos grevistas é do setor da saúde – e outros setores da administração.

A Prefeitura Municipal ofereceu o reajuste salarial de 4,5%, mas a categoria rejeitou a contraproposta em assembléia. O mesmo valor foi oferecido aos professores e foi aceito. “O que os servidores da Prefeitura querem é respeito e igualdade”, disse o diretor de Formação do Sintserpi, Ozeias Alves de Oliveira. Segundo ele, a administração ofereceu o reajuste aos professores para ser pago em agosto em setembro, enquanto aos demais servidores propôs o pagamento em duas parcelas em setembro e dezembro, incidindo sobre os salários de julho. “Essa diferenciação deixou a categoria indignada”, disse Ozeias.

IMPASSE
A pauta de reivindicações apresentada pelo Sindicato, em fevereiro, previa 15% de reajuste salarial, auxílio-alimentação no valor de R$ 350,00, apresentação de um cronograma para pagamento das férias atrasadas, data fixa para o pagamento de salários, reconhecimento da data-base. A contraproposta da PMI foi o reajuste de 4,5%, dividido em 2 parcelas, reconhecimento da data-base e pagamento de quem completava a 3ª férias vencidas (o Sindicato quer o pagamento de todas as férias atrasadas).

O impasse entre a Prefeitura e os servidores pode se acentuar com a decisão da categoria de rejeitar a contraproposta de reajuste salarial. Isto porque, em função do calendário eleitoral, o prazo para a votação do projeto de lei concedendo o reajuste deveria ser votado pela Câmara até ontem (30).

NO LIMITE

Em nota divulgada ontem, a Prefeitura de Ipatinga lamentou a decisão do Sintserpi, de não acatar a proposta de reajuste salarial oferecida ao funcionalismo. “Os 4,5% de recomposição oferecidos representam o máximo permitido pela legislação eleitoral e pela Lei de Responsabilidade Fiscal e ainda atingiu o limite suportável pelos cofres do município, em virtude da grave crise financeira vivida por todas as cidades do país. Mesmo reajuste já havia sido aprovado pelos servidores da Educação, cujo projeto de lei encontra-se na Câmara para análise”, diz a nota da PMI.

“A administração municipal – prossegue o comunicado – sempre manteve um diálogo franco e responsável com os representantes da categoria, tentando chegar a um acordo antes do encerramento do prazo legal para concessão de reajuste, em virtude do calendário eleitoral”.

QUEDA DE RECEITA
“Vale destacar que apenas nos primeiros quatro meses do ano, Ipatinga perdeu mais de R$ 34 milhões de receita, o que vem exigindo um esforço ainda maior para assegurar a manutenção dos serviços básicos à população, como saúde, limpeza urbana e educação”.

Segundo a nota, o governo municipal tem se esforçado também para assegurar o pagamento dos servidores e viabilizar a reposição de perdas salariais. “Nos últimos anos, mesmo diante de um quadro totalmente adverso, a Prefeitura concedeu reajustes de 6 % em 2013, 6,75 % em 2014 e 8,42 % em 2015”.

“A Prefeitura de Ipatinga tem priorizado o pagamento dos servidores, como sempre fez desde 2013, mas depende da evolução das receitas municipais para poder atender todas as reivindicações dos trabalhadores”, diz o comunicado.
Finalmente, a nota da Prefeitura de Ipatinga lamenta ainda “a utilização do movimento dos trabalhadores por pessoas com interesses eleitorais, medida que em nada contribui para o processo. Revela apenas o oportunismo daqueles que tentam se aproveitar da séria crise vivida pelo município para defender interesses inconfessáveis”.

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