Cidades

Greve em Minas já dura 22 dias

Os serventuários votam nesta quarta-feira (10) uma proposta feita pela presidência do Tribunal
(Foto: Nadieli Sathler)

IPATINGA – Os servidores do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) estão cumprindo o expediente de trabalho em frente ao prédio da comarca de Ipatinga desde o anúncio de greve geral no dia 22 de março.
A paralisação dos serventuários já dura 22 dias e ainda não há previsão para que o movimento grevista seja suspenso. Nesta quarta-feira (10) a categoria se reúne em Belo Horizonte para uma nova assembleia que vai apreciar uma proposta feita pela presidência do Tribunal na última segunda-feira (8).

A diretoria do Sindicato dos Servidores da Justiça de Primeira Instância do Estado de Minas Gerais (Serjusmig) rejeitou a oferta ainda na mesa de negociação. Mas os servidores só vão conhecer a proposta no momento da reunião. O encontro acontece às 11h no Hotel Dayrell, situado na rua Espírito Santo, 901, Centro.

No município, a adesão à greve foi ampla. Dos 150 trabalhadores pelo menos 80 estão parados diariamente. Apenas 30% do efetivo têm cumprido expediente em sistema de rodízio nas secretarias da comarca, para cumprir a legislação.
Nos setores onde só é lotado um único servidor o sindicato alertou que, nesse caso, o serventuário não deve se integrar à greve para evitar a descontinuidade das atividades e ainda que nenhum setor fique desguarnecido para atender aos usuários, especialmente no que se refere às medidas urgentes e necessidades inadiáveis da população.

OFICIAIS
Jamir de Assis é delegado do Sindicato dos Oficiais de Justiça (Sindojus) que também integra o Serjusmig, e falou que a categoria espera valorização por parte da presidência do Tribunal. “Essa movimentação é justamente para chamar a atenção do TJ através de seu presidente, que nos deu a palavra em setembro de 2012 que concederia o reajuste escalonado, o equivalente a 11% dos rendimentos e ainda data-base. Só que infelizmente ele não cumpriu com a sua palavra”, lamentou.

O oficial de justiça ressaltou que em fevereiro deste ano a direção do Tribunal alegou que não teria condições orçamentárias para aplicar o aumento oferecido à categoria. Por isso, a única arma do servidor foi a greve. “Também queremos chamar a atenção da população para o descaso do Tribunal de Minas Gerais para com os seus servidores, aqueles que são os operários e carregam tudo em suas próprias mãos”, justificou.

OAB
Para o presidente da 72ª Seccional da OAB, Eduardo Figueredo, o movimento dos serventuários em greve é legítimo, mas a entidade tem recebido denúncias de abuso de poder em algumas secretarias.

“Estão mantendo 30% do efetivo nos setores, só que tem de atender todo mundo e não podem limitar o atendimento às questões urgentes. Mesmo que demore tem que contemplar todos que estiverem nas secretarias. Não há nenhuma norma que legitime a estratégia adotada por alguns servidores de só atender aos casos urgentes, como são os processos que envolvem réu preso ou um pedido de cautelar”, exemplificou Figueredo.

As reclamações encaminhadas à OAB serão levadas ao conhecimento do juiz Fábio Torres, que é o magistrado responsável pelas questões administrativas no Fórum de Ipatinga.

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