Cidades

Greve dos bancários tem baixa adesão

Em Ipatinga, as agências da Caixa Econômica do Centro e do Cidade Nobre, além do Banco do Brasil, no bairro Canaã, paralisaram totalmente as atividades

IPATINGA – No primeiro dia de greve dos bancários na região do Vale do Aço, seis agências fecharam complemente as portas. Foram três unidades da Caixa Econômica, duas em Ipatinga – agência dos bairros Cidade Nobre e Centro, e uma em Timóteo, e outras três do Banco do Brasil, sendo duas em Timóteo e, em Ipatinga, a do bairro Canaã.
De acordo com José Bragança, presidente do Sindicato dos Bancários de Ipatinga e região, várias agências funcionaram parcialmente. A baixa participação da categoria já era esperada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf).
“Temos assembleia permanente com os bancários após as 18h30, aqui na sede do sindicato. Só então vamos poder quantificar o número de servidores que aderiram à greve nas unidades que pararam parcialmente”, contou.
Ao todo, a região possui aproximadamente 800 bancários, divididos em 13 municípios com um total de 60 agências. Nesta terça-feira (18), a mobilização foi concentrada em Ipatinga e Timóteo. Já na quarta-feira, o sindicato pretende trabalhar com a categoria em Coronel Fabriciano.
Além das reivindicações de reajuste de 10,25%, com 5% de aumento real, a categoria pede a criação de plano de cargos, carreira e salários comum para as unidades bancárias, participação nos lucros e resultados (PLR) compatível com a lucratividade das instituições e mais segurança nas agências, entre outros itens da extensa pauta.
O sindicato ainda requer piso salarial de R$ 2.416,38; elevação para R$ 622 dos valores do auxílio-refeição, da cesta-alimentação, do auxílio-creche/babá e da 13ª cesta-alimentação, além da criação do 13º auxílio-refeição. Também fazem parte da lista de pedidos: igualdade de oportunidades, mais contratações, proteção contra demissões imotivadas e fim da rotatividade, fim das metas abusivas e combate ao assédio moral.

EFETIVO

Bragança comentou que o plano ideal para o funcionamento da agencias bancárias seria um expediente de 8h às 18h, com funcionamento em dois turnos. O efetivo atual do país de bancários é de aproximadamente 400 mil, uma realidade 2/3 menor do que considerado ideal pelo sindicado.
“Nossos parâmetros são diferentes do que defende o sindicato dos bancos. O ideal seria um número de funcionários pelo menos três vezes mais do que existe hoje. Mas a demanda depende do quanto informatizadas sejam as agências. A realidade de cada município é que vai determinar”, falou.

FENABAN
Em nota, a Federação Nacional dos Bancos-FENABAN lamentou a decisão dos sindicatos de bancários de recorrer à greve e confia no diálogo para a construção da Convenção Coletiva de Trabalho da categoria na mesa de negociações.
“Greve é ruim para todo mundo: é ruim para o bancário, é ruim para o banco, é ruim para a população, que já foi muito incomodada pela onda de greves dos funcionários públicos e não merece ser mais incomodada com uma paralisação dos bancários”, disse o diretor de Relações do Trabalho da FENABAN, Magnus Ribas Apostólico.
Segundo a nota, a “FENABAN, este ano, imprimiu uma nova dinâmica de negociação, aprofundou a discussão das cláusulas sociais e econômicas mas em tempo muito menor e apresentou, em 28 de agosto, uma proposta econômica que encaminha para o fechamento de um acordo, esperando que os sindicatos indicassem os itens que poderiam ser melhorados para serem apresentados aos bancos”.

OFERTA RECUSADA
A proposta global previa reajuste salarial de 6%, correspondente à reposição da inflação e aumento real, que corrigirá salários, pisos, benefícios e Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
Pela proposta, o piso salarial para bancários que exercem a função de caixa passará para R$ 2.014,38 para jornada de seis horas. Entre outros benefícios, estão previstos reajuste do auxílio refeição, que sobe para R$ 20,97 por dia; a cesta alimentação passa para R$ 359,42 por mês, além da 13ª cesta no mesmo valor e auxílio creche mensal de R$ 301,94 por filho, até 6 anos.
Com a proposta apresentada, o piso de um caixa é de R$ 2.015,00, para 6 horas de trabalho. Considerando alguns dos benefícios diretos, o caixa receberia R$ 3,5 mil por mês, sem incluir planos de saúde, vale transporte ou PLR. A PLR pode ultrapassar três salários do caixa.

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