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Geólogos concluem pesquisa em áreas de risco de Timóteo

TIMÓTEO – Vários bairros de Timóteo que tiveram residências e áreas atingidas por deslizamentos de terra e enchentes provocados pelas chuvas no final do ano passado foram vistoriados, nesta semana, por uma equipe de três geólogos do Ministério de Minas e Energia, engenheiros e técnicos da Prefeitura Municipal.

Os geólogos, da Superintendência Regional da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), empresa pública responsável pelo serviço geológico brasileiro, ficaram na cidade de terça até esta quinta-feira (9). Sandra Silva, Júlio Lana e Rafael Ribeiro, do setor de Gestão Territorial da CPRM, fizeram registros fotográficos e avaliaram a estabilidade do solo.

Conforme os geólogos da CRPM, a avaliação foi feita em áreas de risco iminente para os moradores, cujo atendimento de característica emergencial não abrange todo o município. Eles verificaram o movimento de terra e da vegetação e anotaram dados que comporão um relatório que será encaminhado à Prefeitura de Timóteo e ao governo federal sobre os estragos causados pelas chuvas.

VISTORIAS
Na manhã dessa quinta-feira (9), os geólogos avaliaram ocorrências nos bairros John Kennedy, João XXIII e Córrego do Caçador. Nos dois dias anteriores, foram verificados mais de 50 pontos no distrito de Cachoeira do Vale e em 21 localidades no bairro Ana Moura.

Para fazer o trabalho, os geólogos tiveram que entrar nas casas para ver os fundos dos quintais e o comprometimento dos imóveis com o deslizamento de terra. Eles explicaram que quando os movimentos acontecem em locais com ocupação desordenada, os resultados são sempre agravados por comprometer a segurança dos moradores.

Ainda de acordo com os geólogos da CRPM, a falta de critérios de comercialização de lotes em encostas e morros adiciona carga extra ao peso da massa sedimentada já existente, e a consequente supressão da vegetação natural deixa o solo ainda mais exposto à ação da água da chuva.

Uma das casas visitadas pelos geólogos é a de José Antônio Januário, 44, que foi construída muito perto do barranco e corre risco nos períodos de maior precipitação. “Aqui sempre cai bastante terra”, conta o morador do bairro John Kennedy. A Defesa Civil de Timóteo alertou que existem várias casas na mesma situação, cujos moradores revelam o perigo. Quanto mais íngreme a encosta, maior a possibilidade de que ocorram deslizamentos.

ALERTA
A Defesa Civil de Timóteo tem feito alertas frequentes sobre os riscos de deslizamentos em áreas de sopés de morro e encostas e, mesmo assim, alguns moradores resistem à orientação. Muitas vezes o perigo só pode ser evidenciado com chuva intensa. O alerta é para se evitar a construção em zonas de risco e pedir sempre autorização da Prefeitura para escavar em encostas.
Outra forma de evitar o deslizamento de terra é não desmatar, e ainda reflorestar, as áreas de encostas. Isso deve ser feito com a ajuda de algum profissional, que poderá indicar quais tipos de plantas podem ser utilizadas no local. Geralmente, árvores ou plantas com raízes curtas, como a bananeira, ou que acumulam água próximo à raiz como os coqueiros, tendem a piorar a situação. Já gramíneas, capim e algumas qualidades de leguminosas ou outras plantas com raízes profundas tendem a manter a coesão do solo e protegê-lo de deslizamentos.

Defesa Civil vistoria áreas de risco e orienta famílias
TIMÓTEO – Engenheiros das Secretarias de Obras e de Planejamento e técnicos da Defesa Civil de Timóteo estão fazendo vistorias em vários locais e residências que foram atingidos pelas chuvas do fim de 2013. O trabalho é intenso, de modo a permitir que as famílias que foram desalojadas momentamente possam voltar logo para as suas casas. Atualmente, apenas 11 famílias estão nesta situação, abrigadas em duas escolas, no distrito de Cachoeira do Vale e no bairro Ana Moura, e recebendo toda a assistência da Prefeitura Municipal.
Além das vistorias, as máquinas, caminhões e funcionários da PMT continuam trabalhando, em várias partes da cidade, para remoção de entulhos e de escombros. Algumas casas atingidas pelas chuvas estão recebendo melhorias, como no Ana Moura, para que seus proprietários possam retornar.
O coordenador da Defesa Civil, Delmando Luiz Amorim, informou que as áreas de risco estão sendo permanentemente monitoradas e os moradores, orientados. Ele alerta que, apesar da estiagem, a previsão é de mais chuvas fortes até o fim de janeiro. “Estamos de prontidão, e continuamos mobilizados para dar respostas imediatas e para prevenir novos desastres”, afirmou Amorim.

CARTÃO RESPOSTA
Nesta quinta-feira (9), o prefeito Keisson Drumond explicou como será utilizado o “Cartão Resposta”, também chamado de “Cartão de Desastre”, liberado pela Secretaria Nacional de Defesa Civil para as ações emergenciais de socorro às vítimas das últimas chuvas. Ele disse que o cartão não tem um valor específico, que será determinado de acordo com as necessidades e com uma rigorosa prestação de contas.
“Esse cartão, como o próprio nome sugere, é para atender às necessidades imediatas, para dar resposta urgente, no sentido de garantir assistência às famílias atingidas, alimentação, limpar a cidade e outras ações emergenciais. O objetivo é evitar a burocracia nesse primeiro momento, e depois passaremos à segunda etapa, que é a de reconstrução, concluiu o prefeito de Timóteo.

DOAÇÕES
Nos próximos dias a Prefeitura buscará em Belo Horizonte, na sede da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, algumas doações para ajudar as famílias que tiveram perdas com os temporais de dezembro. Quarenta cestas básicas, 140 colchões, 140 cobertores, três rolos de lona, 1.000 telhas, 1.000 litros de água mineral e 100 kits de produtos de limpeza serão distribuídos às famílias necessitadas, conforme cadastro feito pela Secretaria Municipal de Assistência Social.

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