Policia

Gaeco diz que Pietro sabia de esquema de funcionários fantasmas em Belo Oriente

BELO ORIENTE – “Desde 2012 ele tinha pleno conhecimento de tudo que ocorria no município”, disse Gilmaro Alves, delegado de Polícia Civil do Grupo de Apoio de Combate ao Crime Organizado, o Gaeco, sobre a prisão do ex-prefeito de Belo Oriente Pietro Chaves Filho (PMDB). Ele é acusado pelo grupo de ser o mentor de um esquema fraudulento de funcionalismo fantasma.
Pietro Chaves foi preso na última quarta-feira (8) junto com o vereador Edson Celso Anselmo (PMDB), e o ex-servidor público Helder Fernandes Silva, durante a 3ª fase da Operação Perfídia. As investigações já apontam 89 funcionários que nunca prestaram serviços para a antiga administração municipal, e um rombo de R$850 mil aos cofres públicos.
“As investigações mostraram que dentre os funcionários fantasmas existem vários que procuraram Pietro Chaves após sua eleição e que por promessa de campanha, ele fez ou determinou a contração dessas pessoas. Nós não podemos descartar a participação dele direta nesta conduta delitiva. Sim, ele foi o grande mentor”, afirmou Gilmaro.

AUDITORIA
A Operação Perfídia começou em dezembro do ano passado quando os investigadores do Gaeco descobriram 28 funcionários fantasmas. À época o então prefeito Pietro Chaves foi à imprensa e disse que tinha conhecimento do esquema. Na ocasião ele afirmou: “Infelizmente são vários “funcionários fantasmas que não constavam na folha de pagamento e outros servidores efetivos que receberam verbas indevidas”.
Chaves disse aos jornalistas que os desvios foram identificados em maio de 2016 quando o secretário de Educação viu a diferença nos valores das folhas de pagamentos apresentadas ao Executivo. Ainda segundo Pietro, no dia 6 de junho foi aberto um decreto de nº 35 que pediu a instalação de uma Comissão Processante (CP), na Câmara.
Gilmaro considerou relevante o trabalho da CP, mas ponderou: “Todavia não podemos perder de vista que se trata de um relatório político e o prefeito naquela oportunidade possuía a maioria na Câmara Municipal, tanto que o nome do vereador Edson foi citado várias vezes, como foi também o nome do prefeito. Mas, o relatório final não menciona o nome de Pietro Chaves”.

PROVAS
A Promotora de Justiça de Açucena, que também integra o Gaeco, disse na coletiva que a decisão da Justiça em decretar a prisão de Pietro Chaves tem mais de cinquenta páginas que mostram depoimentos de pessoas procuraram o prefeito solicitando contratações. “Temos principalmente testemunhos que de ele (Pietro) é um dos principais autores deste esquema de funcionalismo fantasma que começou em 2012 e perpetuou até o ano passado”, disse.
Renata Cerqueira explicou que na primeira fase da operação – ocorrida em dezembro do ano passado – não havia ainda tantos elementos que indicavam a participação do ex-prefeito, além de que ele tinha foro privilegiado pelo mandato que ainda exercia. “Se a prisão dele fosse decretada naquela época ele seria investigado pela Procuradoria de Justiça”, esclareceu.

DEFESA
O escritório que trabalhava na defesa de Pietro Chaves desistiu da ação. No dia da prisão do ex-prefeito, a informação era que os advogados entrariam com Habeas Corpus o mais rápido possível. Mas, até o encerramento desta edição não constava nenhum recurso na 2ª instância sobre o caso.
A reportagem do DIÁRIO POPULAR tentou contato com assessoria de imprensa do ex-prefeito, mas ninguém foi encontrado para comentar sobre o assunto. Pietro Chaves está preso no presídio de Açucena e, por não possuir curso superior divide a cela com outros presos.

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