Cidades

Funcionárias de creche fazem protesto na PMI

Após ocuparem o corredor no 3° andar, as educadoras foram atrás do secretário de Educação até o gabinete do prefeito    (Fotos: Nadieli Sathler)

 

IPATINGA – Após novos atrasos nos repasses às creches, as funcionárias do Educandário Maria Maria decidiram ocupar os corredores da Secretaria Municipal de Educação, situada no 3° andar do prédio da Prefeitura, na tarde de ontem (17).
Segundo Luceli Maria, presidente da entidade, há vários dias o secretário de Educação Maurício Mayrink tem se recusado a marcar uma reunião com as representantes da entidade. “Vamos ficar no corredor até ele sair. Uma hora o secretário vai ter que ir embora e estamos dispostas a ficar quanto tempo for necessário até que nos receba. Isso é o mínimo que posso fazer pela situação”, falou.
A categoria está com os salários atrasados, pois o Governo Robson Gomes não pagou a 4° parcela do convênio, referente ao mês de maio. Excepcionalmente ontem, as crianças foram liberadas às 13h para que as educadoras pudessem ir para a sede do Executivo.
“Tentamos, por telefone, obter um retorno de quando pagariam a quarta parcela. Todos os dias elas me perguntam quando vão receber. Disse que cabia ao secretário de Educação essa tarefa. Então, resolvi trazê-las comigo para juntas conversarmos com o gestor”, explicou.
Ao chegar ao gabinete do Secretaria, as educadoras foram informadas de que Maurício estava com a agenda cheia de compromissos, e por isso não poderia recebê-las. Contudo, por volta das 16h30, o secretário saiu de sua sala em direção ao gabinete do prefeito no 4° andar. Ao ser interpelado pelas professoras da educação infantil sobre quando as receberia, Maurício novamente disse que não teria tempo para atendê-las.
“Falamos que iríamos aonde ele fosse. Ele seguiu para o gabinete do Robson e fomos atrás. O guarda ainda tentou nos impedir de entrar na sala, mas forçamos e conseguimos vencer a resistência dele”, contou.

AGOSTO
Após passar 30 minutos em reunião a portas fechadas com o prefeito, Maurício informou às funcionárias das creches que em 10 de agosto vai quitar os pagamentos atrasados. Essa mesma data foi informada ao Sindicato dos Servidores Públicos de Ipatinga (Sintserpi) para a liquidação das horas-extras dos servidores que trabalham no Hospital Municipal Eliane Martins.
“Estamos em uma situação complicada. O que não foi pago no ano final passado foi lançado nas parcelas de novembro e dezembro. Esse ano mesmo, só recebemos três repasses e já tem esses atrasos novamente. A situação piora a cada mês”, lamentou.

PROCURADORIA DO TRABALHO
O prazo dado pela Procuradoria Regional do Trabalho para que a Prefeitura de Ipatinga regularizasse os pagamentos venceu na última quinta-feira (12). Os representantes do Ministério Público do Trabalho, Túlio Mota Alvarenga e Adolf Jacob, tiveram duas audiências para tratar do assunto.
A imposição do MP é que os 1.500 trabalhadores recebam no quinto dia útil, como prevê a legislação trabalhista, sob pena de serem impostas ao município pesadas multas. Apesar dos apelos da procuradoria, ainda assim o governo Robson vem mantendo os atrasos.

GREVE
Em março deste ano, a categoria articulou uma greve para forçar Administração Municipal a assinar os convênios deste ano e ainda pagar os repasses em aberto dos contratos de 2011.
Todas as creches tiveram que refazer seus planos de trabalho. O maior transtorno para as entidades são os atrasos no recolhimento dos encargos trabalhistas.
Em junho, também houve atrasos, e os dirigentes das entidades tiveram que assinar um aditamento do convênio passando o pagamento da terceira parcela, que corresponderia ao mês de maio, para os meses de novembro e dezembro deste ano.
José de Cássio Basílio, integrante da Comissão de Presidentes de creches, disse anteriormente que a proposta foi aceita para não haver novos atrasos. Só que o esforço foi em vão.
A legislação federal determina que compete ao município arcar com a educação de crianças de zero a cinco anos. Desde outubro do ano passado, o governo Robson tem postergado o pagamento das parcelas mensais para as creches.


Luceli Maria: “Vamos ficar no corredor até o
secretário sair, uma hora ele vai ter que ir embora”, falou

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