O ensaio “Rua de Baixo” está entre os finalistas do prêmio (Crédito: Ana Clara)
IPATINGA – O trabalho resultante do projeto “Circuito de Imagens”, desenvolvido durante todo o ano passado pelos fotógrafos Nilmar Lage e Ana Clara Silva, integra o seleto grupo dos 15 finalistas do Prêmio FCW de ARTE 2012, entre mais de 450 participantes de todo o país. A cerimônia de premiação aos colocados nos primeiros lugares será no mês de junho, na Sala São Paulo, e contará com a exposição dos ensaios finalistas juntamente com os vencedores.
“Ser finalista do Conrado Wessel é extremamente gratificante. Mostra que, no mínimo, nossos esforços estão sendo recompensados e que, talvez, estejamos no caminho certo. Já passaram por esse prêmio nomes como João Castilho, Francilins, João Antônio Roberto Ripper, Gustavo Lacerda e nosso amigo Rodrigo Zeferino, que são referências hoje na fotografia autoral brasileira e mundial. Além de nomes mais do que consagrados, como o de Bob Wolfeson, que nessa edição ficou em segundo lugar. O prêmio em dinheiro vai para os três primeiros, mas estar entre os 15 é muito importante, significa visibilidade, pois esse prêmio é publicado em todas as mídias importantes referentes à fotografia artística nacional e algumas internacionais”, comemora Nilmar Lage.
De acordo com o fotógrafo, existe também a satisfação pessoal. “Tenho certeza de ter feito um trabalho de maneira muito honesta, com pessoas maravilhosas e que foram coautores das imagens. Digo isso porque, diferente da postura adotada por alguns fotógrafos, eu e a Ana Clara preferimos abordar nosso fotografado, compartilhar com ele o processo, ganhar certa confiança e ter maior cumplicidade na hora de fazer a foto”, explicou o artista.
Para Ana Clara Silva, ter o ensaio “Rua de Baixo” entre os finalistas do prêmio “é como acender uma lamparina no peito que diz: ‘continue caminhando’. É muito gratificante, principalmente quando você sabe que seu trabalho passou pelas mãos de um júri e que superou cerca de 400 outros concorrentes. Vejo, com isso, que trabalhar da forma que escolhemos é parte do processo que percorremos para ter respostas como esta. O tempo de dedicação é recompensado, as horas que ficamos conversando com as pessoas (e muitas vezes nem fotografar), a confiança que geramos e as relações que estabelecemos estão estampadas em cada pixel que produzimos. Penso que, de alguma forma, isso é reconhecido por quem vê nossas fotografias”, analisou.
CIRCUITO DE IMAGENS
Para os fotógrafos, o alcance do projeto está superando as expectativas. Eles acreditam ter passado por um período de maturação artística fundamental para colherem os frutos de hoje. “Realizar o projeto, conhecer melhor a cidade e as pessoas de Araçuaí, conviver com realidades muito distintas das nossas, tudo isso já teria valido a pena. Mas ver o trabalho circulando é algo que, além da satisfação, proporciona a possibilidade de continuidade. Temos planos de ‘circular o circuito’. Estamos em processo de captação pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura para a realização do ‘Circuito de Imagens: Ausente’. Ausente é uma comunidade pertencente a Serro e, basicamente, estamos trabalhando com o conceito de que Ausente seja um nome próprio e não uma condição do local. Esperamos começar a fotografar e filmar ainda em 2013”, comenta Nilmar Lage.
Para Ana Clara Silva será uma experiência nova, já que, diferente de Araçuaí, cidade em que nasceu, Ausente ainda é um lugar em que não foi criado vínculo afetivo. “Estou muito ansiosa com esse novo projeto. Quero logo poder sentar, ouvir, falar e criar. Espero que o Circuito de Imagens em Ausente tenha resultados tão satisfatórios quanto o que fizemos em Araçuaí, pois será desenvolvido com o mesmo carinho, respeito e responsabilidade”, finaliza a fotógrafa.
Esta edição do Circuito de Imagens – Araçuaí, desde novembro de 2012 foi vista nas cidades de Araçuaí, Ipatinga, Timóteo, Sete Lagoas e Tiradentes (durante o III Festival de fotografia de Tiradentes).
