Cidades

Ficha Limpa será tema de debate

O ouvidor da OAB de Ipatinga lembra que a consciência do cidadão ao escolher os políticos é o mais importante

 

IPATINGA – A sociedade brasileira é a responsável por um dos maiores avanços dos últimos tempos na política. De iniciativa popular, a chamada Lei da Ficha Limpa veio para ficar, após a decisão do Supremo Tribunal Federal que determinou sua validade, inclusive para as eleições de 2012.
Para debater a Lei da Ficha Limpa e o Código Eleitoral será realizado nesta segunda-feira (5), às 17h30, no Auditório da Fadipa – Faculdade de Direito de Ipatinga, rua João Patrício Araújo, 195, Veneza I, um encontro com o tema “Limites e Possibilidades da Legislação Eleitoral”. O advogado, consultor da Assembleia Legislativa e jornalista com atuações no Estado de Minas e na Rádio Inconfidência, Mauro Bonfim, será o palestrante. Ele abordará o assunto para um público alvo formado por prefeitos, secretários, vereadores, assessores, advogados, estudantes de direito e pré-candidatos nas eleições de 2012. A realização do evento partiu do mandato da deputada estadual Rosângela Reis (PV), em parceria com a Fadipa.
“Nossa intenção é qualificar os políticos para esse momento da nossa democracia. Antes, o candidato precisava apenas ter carisma e se filiar a um partido para disputar uma eleição. Agora não, uma candidatura a vereador e a prefeito precisa que a pessoa esteja preparada para todos os desafios”, alerta a parlamentar. Só na última década, 623 políticos foram cassados, dentre eles 508 prefeitos e vices, além de 84 vereadores.

VITÓRIA POPULAR
A Ordem dos Advogados do Brasil e a Igreja Católica foram um dos grupos de pressão que garantiram a aprovação da Lei da Ficha Limpa. As instituições comemoraram a decisão do Supremo. Para o Padre Francisco Guerra, “a Igreja participou de todos os projetos de iniciativa popular com coleta de assinaturas. É um caminho para a superação da corrupção e de consolidação da democracia”. Já para o advogado e Ouvidor da OAB de Ipatinga, Jairo Carvalho Garcia, “a decisão do Supremo de reconhecer a Lei da Ficha Limpa significa um marco no processo eleitoral do Brasil. Um novo tempo surgirá. Mas é bom lembrar que, por si só, a Lei da Ficha Limpa não banirá os políticos corruptos, isso vai depender do aumento da consciência gradativa do cidadão de votar bem e fiscalizar nossos governantes”, profetizou.


O padre Francisco Guerra ressaltou que a Igreja
sempre apoiou movimentos contra a corrupção

 

Ficha Limpa teria evitado instabilidade na região
Ipatinga
– No Vale do Aço, municípios como Ipatinga e Timóteo viveram momentos de instabilidade política em função da impugnação de candidaturas e cassação de prefeitos.
Jairo Carvalho afirmou que “teremos um efeito imediato da Lei da Ficha Limpa na nossa região. Tivemos em Ipatinga uma eleição em que o primeiro e o segundo colocados foram impedidos e cassados. Se a Lei tivesse em vigor, nós não teríamos passado por essa situação, bem como em Timóteo, Joanésia e Ipaba”, argumentou o ouvidor. Isso trouxe muitos prejuízos, como a instabilidade política e econômica, pois durante esse tempo, esses municípios não puderam fazer nenhum planejamento no sentido do desenvolvimento.
Para o Padre Francisco Guerra, “a corrupção é um problema do Brasil inteiro e não é diferente aqui em nossa região, onde o processo foi bastante tumultuado. A aplicação da lei vai purificar o processo, não permitindo que candidatos comprometidos com a desonestidade e o descaso com a coisa pública possam nos governar”.

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