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Fechamento da Manaaim: um atraso que aumenta a violência no trânsito e na política

A decisão autoritária do governo Quintão de fechar a Avenida Manaaim, sob alegação de que a avenida aberta oferece riscos aos cidadãos e infringe a lei municipal que proíbe inauguração de obras inacabadas, é uma afronta à inteligência dos ipatinguenses, embora alguns não se importem de ser afrontados e apóiem a medida.
Em primeiro lugar, não houve inauguração de obra inacabada. A obra foi aberta ao trânsito, simplesmente. Segundo, desde que foi aberta transita-se para lá e para cá sem que nenhum acidente tenha sido registrado. Finalmente, todas as obras que precisam ser feitas na avenida e que já estavam previstas, podem sê-lo com a avenida aberta. Mas para isso, também é preciso ter a mente aberta.
Ao tomar a decisão arbitrária por razões políticas, a administração municipal faz exatamente o inverso do que diz estar fazendo. A reativação do fluxo de trânsito vai voltar a “estrangular” o tráfego em diversos trechos e aumentar o risco de acidentes. O SAMU vai ter mais trabalho nos próximos dias. Estimula também o ódio político, a partir de um discurso que tem marcado a disputa pela hegemonia na cidade desde as eleições. Busca-se a perseguição política e a desconstrução dos feitos da gestão anterior de forma violenta, abrupta, absolutista.
A “obra” de fechamento, feita com monturos de terra e enormes placas (com o objetivo de enxovalhar o governo anterior) para evitar a passagem dos cerca de 10 mil veículos que estavam em circulação pela via (conforme contagem feita pelo mandato da vereadora Lene Teixeira), é por si só uma aberração e uma clara visão da “competência” que deverá marcar as intervenções urbanísticas da administração municipal, marcadamente de mau gosto, quando ocorrem, como no caso dos “penicos barrocos” da primeira gestão de Quintão.
Outra solução poderia ser colocar catracas no lugar dos monturos de terra, poderia-se até aproveitar para cobrar pedágio. Mas, pelo jeito, o governo optou pela solução mais inteligente para o momento. Ficou lindo e absolutamente funcional, além de melhorar em muito o fluxo de trânsito na cidade.
Para além dos arroubos fascistas, caracterizados pelos gestos que colocam a vontade pessoal e arrogância em primeiro plano, há que se avaliar até quando a população será privada de usar a via pública. Diga-se de passagem, uma das mais importantes construídas na cidade nas últimas décadas.
Há quem diga que as obras deverão durar 60 dias. Considerando que a alça de acesso à avenida Monteiro Lobato teve seu contrato rescindido pela atual gestão, deve durar um pouco mais. Mas tudo bem, quando a avenida for novamente aberta ao povo talvez esteja linda e arborizada, talvez nem seja mais uma avenida, mas uma alameda magnífica. Talvez até nos leve ao Céu.
O que importa nisso tudo é após os dois primeiros meses de governo sem fazer nada, o governo Quintão finalmente reagiu e decidiu continuar tocando esta grande obra de interesse de toda a coletividade. Oxalá, seja breve nesta empreitada. Já que ainda não teve tempo para abrir o Restaurante Popular e mais unidades de saúde, conforme o prometido, fechar avenidas talvez seja uma ação promissora nestes tempos que seguem.
À guisa de sugestão, também foram liberadas ao trânsito trechos asfaltados das estradas da zona rural de Ipatinga, a avenida Carlos Chagas totalmente asfaltada e iluminada, foram entregues as novas alas do Hospital Municipal… Por que não aproveita e fecha tudo?

(*) Fernando Benedito Jr. é editor do Diário Popular.

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