Cidades

Falta de acordo entre Metasita e Aperam trava campanha salarial

Expectativa é de que proposta possa ser apresentada nesta quarta aos trabalhadores

TIMÓTEO – O Sindicato dos Metalúrgicos de Timóteo e Coronel Fabriciano (Metasita) se reúne nesta quarta-feira (23) com a direção da Aperam South America para mais uma rodada de negociações a respeito da campanha salarial dos trabalhadores. O acordo está há mais de dois meses atrasado devido a divergências entre as duas partes e espera-se que até esta quarta uma proposta seja elaborada e apresentada em assembleia para os metalúrgicos.

De acordo com o presidente do Sindicato, Carlos Vasconcelos, o que existe atualmente é uma apresentação de intenções por parte da empresa. “Neste momento, nós estamos tentando estudar as alternativas para aquilo que é empecilho para a empresa e também para nós”, afirmou. Os empecilhos que Vasconcelos cita envolvem, principalmente, questões financeiras e de mercado, passando pela crise econômica que vem afetando alguns países. Mesmo assim, o presidente do Metasita acredita que é possível fazer um acordo que beneficie ambas as partes. “Entendemos que mesmo dentro desse cenário há condições de promover avanços para os trabalhadores”, defendeu Vasconcelos.

Um dos pontos que vem travando a negociação entre as duas partes está na possibilidade da retirada de benefícios históricos dos metalúrgicos como assistência médica, redução do valor pago referente ao adicional noturno e redução de percentual de hora extra.

A negociação entre as partes começou em setembro do ano passado. A reivindicação era de que houvesse um reajuste salarial de 16,45%, recebimento de PLR ou Abono Salarial no valor igual ao salário mínimo calculado pelo Dieese para outubro (de R$ 2.589,78), direito ao pagamento pelo retorno de férias igual a 100% da remuneração das férias, plano de saúde para aposentados, trabalho em turno de revezamento (exclusivo para os trabalhadores da Aperam), atualização do plano de cargos e salários, fim das horas extras e melhorias no local de trabalho. A expectativa na época era de que o acordo começasse a valer em novembro do mesmo ano. O atraso será compensado em forma de pagamentos retroativos para os trabalhadores.

Esta é só a primeira empresa com a qual o Metasita vem negociando. A entidade representa trabalhadores de cerca de 140 empresas nas cidades de Timóteo e Fabriciano e espera o acordo com a Aperam para resolver a questão com as outras companhias.


Segundo Carlos Vasconcelos, do Metasita, questões econômicas
são o principal empecilho para acordo com Aperam

APERAM
A Aperam informou que uma comissão formada por assessores jurídicos da empresa vem tratando da questão para trazer uma perspectiva mais favorável para a negociação. A companhia disse acreditar que existe espaço e disposição para um acordo positivo para ambos os lados.

SINDIMIVA
Outro ponto que vem atrapalhando as negociações da campanha é a falta de diálogo com o Sindicato Intermunicipal das Indústrias Metalúrgicas de Ipatinga (Sindimiva), entidade que representa os empresários do setor na região.
As duas partes se reuniram apenas uma vez para conversar. No entanto, a incompatibilidade de interesses fez com que as entidades não voltassem a se encontrar e as negociações fossem parar no Judiciário, por meio de dissídio coletivo ajuizado no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em Belo Horizonte. Uma audiência de conciliação vai ser marcada para tentar resolver a pendência entre Metasita e Sindimiva. Entretanto, ainda não há uma data definida para que isso aconteça. No Sindimiva, ninguém foi encontrado para comentar o assunto.

Como forma de protestar contra a demora e a dificuldade de se fazer um acordo, os trabalhadores iniciaram um estado de greve no mês de dezembro e podem a qualquer momento paralisar as atividades. A última paralisação da empresa aconteceu em 2000.

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